domingo, agosto 29, 2021

"ou passará a ser uma doce recordação de um passado que não volta?"

"The vision for the future of organization studies created for me by La Condition PoMo is contained in the aphorism that 'it is our business not to supply reality but to invent allusions to the conceivable'. [Moi ici: Interessante frase... nestes tempos em que dizemos que as empresas não fornecem nem produtos nem serviços, mas recursos que as as pessoas empregam para atingir um resultado nas suas vidas] To date, our field has largely assumed itself to be a supplier of reality. This has produced twin problems. First, the bloody stuff was devilishly difficult to obtain; we have far less inventory than the optimistic prediction of theorists up to about 1970 would have led us to expect. Second, it appears that reality is a highly perishable commodity, at least when the reality pertains to the constructed web of interpersonal, institutional and discursive threads with which organizing is accomplished. In a rapidly changing world, what little reality we have stockpiled will do more good if we are asked to consult to Cadbury's or Ford in 1930 than if we are asked to 'predict and control' the interactions of a Japanese firm engaged in a virtual relationship with Indonesian manufacturers using smart technologies to produce intangible goods for African-Americans living in Montreal in the year 2000."

BTW, o WSJ de sexta-feira passada trazia um artigo, "Your Hot Tub and the Snarled Supply Chain", sobre uma empresa que fabrica banheiras de hidromassagens:

"The global supply chain is an intricate ballet of container ships, airplanes, trucks and trains. The coronavirus pandemic threw it out of whack. This is why you often can’t buy the goods you want.

Hot-tub maker Bullfrog Spas saw demand soar as homebound consumers upgraded their backyards. Yet its supply chain spans thousands of miles across continents and oceans. On a typical day, its Herriman, Utah, factory takes delivery of 40,000 gallons of chemicals, 400 sheets of plastic and up to 60,000 additional components."

 É impressionante, o artigo descreve ao pormenor a origem de toda uma série de componentes e subpartes do todo. É mesmo um bailado a convidar uma catadupa de riscos para também participarem. Por exemplo:

"WATER PUMP - Electric motors from China are assembled into water pumps in Tijuana, Mexico, and trucked to Utah. The pandemic has snarled both container shipping and trucking. Bullfrog and its suppliers now have meetings as much as daily, instead of monthly, to figure out solutions."

Ao fim dos primeiros parágrafos o que me veio à cabeça foi a primeira descrição que recordo, talvez de Peter Drucker, sobre o que era a NASA nos gloriosos anos 60, uma organização de reuniões, aqui sem conotação negativa, para alinhar milhares de fornecedores e subcontratados, a NASA se bem me lembro não construia os foguetões, subcontratava a sua construção.

Há cerca de um mês um empresário de calçado contou-me que um cliente na África do Sul optou por transportar a nova colecção de avião e não arriscar com os habituais contentores marítimos.

"CABINET - Material for the exterior cabinets is made near Shanghai, China, moved on container ships to the ports of Long Beach or Oakland in California, and then trucked to Utah.

Port slowdowns in China have stalled the exit of goods, and in California, shortages of staff and equipment have held up unloading. More recently, the crush of catch-up and pre-holiday orders has overwhelmed shippers.

Early this year, a ship carrying the cabinet pieces was held up off the West Coast waiting to unload-often dozens of ships at a time had to wait for port space. Bullfrog paid to transport cabinet materials from China by plane to Utah."

O que é a realidade, o que é concebível? Em que condições o inconcebível se torna realidade? Que implicações terão a vivência destas experiências? Voltaremos a um estado de "aparente equilibrio" ou passará a ser uma doce recordação de um passado que não volta. [Não tem nada a ver com o que escrevi neste postal, mas fica o registo, a propósito de recordações. Na primeira auditoria que fiz a uma empresa de calçado, durante a auditoria à gestão de topo, dou com um dos sócios a contar-me como era bela a vida para eles no tempo do escudo e da desvalorização programada, ("crawling peg" se bem me lembro), a certa altura o sócio ficou com os olhos humedecidos] 

Trecho retirado de "Classic Review The Empire Strikes Out: Lyotard's Postmodern Condition and the Need for a Necrology of Knowledge'" de Roy Jacques.

1 comentário:

CCz disse...

https://oltnews.com/the-first-cars-now-chairs-and-cabinets-hit-by-supply-chain-squeeze