quarta-feira, agosto 23, 2017

O contexto tem muita força

Há dias que volta e meia me vem ao pensamento o facto de muitas empresas desaparecerem não porque foram mal geridas, não porque tiveram uma gestão criminosa, não porque não se importavam com os seus clientes, não porque os seus clientes não gostavam delas mas simplesmente porque o mundo mudou demasiado depressa e sem aviso prévio.

O exemplo das fábricas de calçado portuguesas que trabalhavam para o mercado nacional, para as sapatarias de rua, quando os centros comerciais apareceram e liquidaram as sapatarias de rua as fábricas de calçado não tiveram hipótese.

O exemplo de tantas e tantas empresas portuguesas que trabalhavam para o sector não-transaccionável e que chocaram com estrondo contra uma parede, quando uma sociedade viciada em dívida viu as fontes de endividamento subitamente secarem.

O exemplo das empresas portuguesas que tinham uma actividade interessante a exportar fruta para o mercado russo e que em 2014, subitamente, ficaram impossibilitadas de o continuar a fazer na sequência das sanções da UE à Rússia por causa da situação na Ucrânia.

O exemplo de um empresário que tinha montado um negócio com sucesso numa cidade do interior, a vender veículos todo o terreno, e que subitamente viu o mercado desaparecer quando o ministro Pina Moura (?) alterou a fiscalidade desses veículos (o choque foi tão grande que acabou por emigrar para o Canadá).


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