domingo, junho 26, 2016

Amadores a jogar bilhar


Há muitos anos que uso a metáfora dos jogadores amadores de bilhar. Um jogador amador de bilhar concentra-se tanto na próxima jogada, que se esquece de a fazer preparando a outra que se seguirá. Na senda do célebre “Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos”.
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Se fosse há 15 anos diria que é uma doença tipicamente portuguesa, a fazer-me lembrar a C. no parque de campismo da praia da Barra nos anos 70 do século passado. O pai comprava dois Cornetos, uma para a C. e um para o P., a C. comia rapidamente o seu e depois chorava para o pai:
- O Corneto do P. era maior do que o meu porque eu já acabei o meu e ele não!
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Hoje, sei que é uma doença humana generalizada. Demasiadas pessoas em todo o mundo actuam como jogadores amadores de bilhar, querem sol na eira e chuva no nabal. Querem produção farta e preços altos. Querem não pagar a dívida e poder continuar a ter crédito.
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Por isso, no day-after do Brexit brinquei no Twitter (não liguem ao lapso do m em vez de n):



Brinquei com a hipótese dos agricultores franceses, que recebem milhões da Política Agrícola Comum, votarem pela saída da União Europeia sem perceber que isso implica perder esses fundos.
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Agora, com mais um interessante texto de Moisés Naim, "Brexit y el Stalingrado italiano" percebo que os eleitores da Cornualha estão na situação em que imaginei os franceses.
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Agora recordo-me de outro tweet mais antigo:



Recordar:

Recordar:



1 comentário:

J H P disse...

Braga, bastião (cada vez mais) catoláico, recebe os visitantes que chegam de combóio com 2 ou 3 cartazes desse género/sexo na rotunda da Estação dos Caminhos de Ferro.

O Cónego Melo deve andar às piruetas.