terça-feira, junho 11, 2013

Espiral recessiva

"Nos primeiros quatro meses do ano, Portugal exportou para Espanha 3.643 milhões de euros, mais 194 milhões do que nos mesmos meses do ano passado. Trata-se da maior variação positiva entre todos os países para onde as empresas portuguesas exportam. Espanha é destino de quase 23% das vendas nacionais ao exterior."
Trecho retirado de "Espanha é o país para onde as exportações portuguesas mais estão a crescer em 2013"

BTW, a espiral recessiva continua:

6 comentários:

Bruno Fonseca disse...

boas meu caro!

os números, tanto para o bem como para o mal, devem ser vistos com alguma reserva, até porque os números são apenas isso, números.

entre Janeiro e Abril, as exportações aumentaram 3,9p.p. face ao período homólogo de 2012.

destes 3.9, 2.8 são explicados pelo crescimento de combustíveis. ou seja, cerca de 70% do crescimento das exportações (aumento das exportações de 590 milhões, aumento das exportações de combustiveis 428 milhões).

destacam-se evoluções muito interessante ao nível de plásticos (incrível a evolução que tem nos últimos 5 anos, sempre a crescer!), papel e cartão (os fortes investimentos efectuados continuam a dar os seus frutos, além da subida em alta dos preços), mobiliário tem uma boa performance (aumento das exportações em 32 milhões de euros), bem como o calçado (também 32 milhões de euros de aumento).

o vestuário tem uma situação mais complexa. assiste-se há já alguns períodos no aumento das vendas de produtos de malhas, mas ao mesmo tempo o vestuário não malha tem tido uma queda acentuada nos últimos anos. tenho ideia que o principal cliente de malha seja mesmo a Inditex, o que não me parece um bom indicar, ou seja, parece-me que estamos mais dependentes da Inditex e da Cortefiel.
uma nota positiva também para os produtos farmaceuticos (mais 10 milhões de euros), azeites (mais 26 milhões)e para "produtos químicos orgânicos" que tem tido uma performance assinalável nos últimos 5 anos.
apesar disso, muito má noticia o encerramento da Solvay em Lisboa. é uma indústria muito capital intensiva.

Bruno Fonseca disse...

já agora, só para se ter uma melhor noção, entre 2001 e 2012 as exportações aumentaram cerca de 66%

as evoluções mais extraordinárias parecem-me ser os segmentos de plásticos e borracha (triplicaram de 900 milhões para 3 mil milhões), metais comuns (de 1,5 para 3,7 mil milhões), químicos (de 1 para 2,5 mil milhões), produtos agrícolas (de 900 para 2,4 mil milhões). isto para não falar obviamente dos combustíveis, que passam de 500 para 3,8 mil milhões.

em sentido negativo, vestuário perde 700 milhões de euros, matérias têxteis perde cerca de 400 milhões e calçado perde cerca de 100 milhões. estas 3 perderam muito peso em termos relativos (textil, vestuário e calçado em 2001 representavam 25% das exportações, em 2012 12,8%).

Bruno Fonseca disse...

só um pormenor que me esqueci. no primeiro quadrimestre, nota negativa para uma queda de cerca de 5% da componente borracha, o que acho um pouco estranho. a venda de borracha, na sua maioria, resulta das vendas da Continental, não sei como está a evoluir o preço médio

Bruno Fonseca disse...

já agora

http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/industria/detalhe/encomendas_as_fabricas_diminuem_mais_de_10_em_abril.html


a meu ver, a "espiral" recessiva passa quando houverem investimentos, que se vai traduzir na descida do desemprego e no aumento da capacidade

Bruno Fonseca disse...

em relação ao que referi do que me parecia ser uma maior dependência face à Inditex

http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/industria/detalhe/dona_da_zara_com_mais_fabricantes_e_menos_empregos_em_portugal.html

CCz disse...

http://www.publico.pt/economia/noticia/consumo-privado-e-actividade-economica-com-novas-quedas-em-maio-1598024