"O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje a assinatura de oito contratos fiscais com empresas que resultarão num investimento de 157 milhões de euros na economia portuguesa e contribuirão para criar 352 postos de trabalho.Se não me engano, são cerca de 42 mil euros por posto de trabalho criado.
O Estado português vai conceder incentivos fiscais no valor de dez por cento deste investimento, cerca de 15 milhões de euros."
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As empresas anónimas deste pais, entre Abril e Maio deste ano terão criado mais de 13100 empregos...
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Deixem-se da treta socialista de PINs, reduzam os impostos. Como gritava Moisés:
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LET MY PEOPLE GO
Correcção feita às 21:30
5 comentários:
Os padeiros são outros, mas a padaria e os ingredientes lá usados são os mesmos dos anteriores ocupantes.
Acresce que, no domínio da aritmética, a operação da divisão não é praticada pelos governantes que têm por missão "fomentar" a economia. Este exemplo ilustra bem por que assim é.
De facto não se percebe este tipo de intervenções na economia.
Numa altura em que o próprio governo diz que é preciso reduzir os custos laborais na economia, neste caso aceita subsidiar, em termos líquidos, cada um desses trabalhadores/postos de trabalho em 30.469 euros (utilizando os últimos dados disponíveis para a remuneração média dos trabalhadores por conta de outrem disponíveis aqui http://www.pordata.pt/Portugal/Ambiente+de+Consulta/Tabela/4107214).
Isto significa um premium de 251% face à remuneração média dos trabalhadores por conta de outrem.
Tudo para fazer aumentar o nº de empregados em 352, ou seja um aumento de 0,007% da população empregada(considerando que tudo se mantém constante e utilizando os dados mais recentes da população empregada disponíveis aqui http://www.pordata.pt/Portugal/Ambiente+de+Consulta/Tabela/4107217)
E ainda dizem que pagar 7% de juros de dívida pública é insuportável.
Para além disso não me parece que o rol de empresas anunciadas e o tipo de produtos que irá ser produzido seja de natureza disruptiva/radical face ao que existe no mercado e por isso apresente um perfil de risco tecnológico e comercial que justifique esse premium.
3 perguntas se impõem:
1 - A imagem/realidade da economia portuguesa é assim tão má que por cada investimento estrangeiro que seja feito é pagar um premium de 251% sobre cada trabalhador/posto de trabalho criado?
2 - Numa situação de crise mundial, a procura mundial por investimento estrangeiro é de tal forma superior à oferta que tem de se pagar um premium de 251% sobre cada trabalhador/posto de trabalho criado para ganhar esse investimento?
3 - Se considerarmos que a resposta às duas perguntas anteriores é negativa, isto configura uma situação de incompetência política/técnica da parte do governo ou é mesmo uma negociata ao melhor estilo do "o que é preciso é fazer obra"?
Quando a ministra Cristas é o único ministro com nota positiva neste país... percebe-se que se calhar estão bem um para o outro, os padeiros e os súbditos
Como dizia um CEO qualquer, recusava-se a fazer investimentos num país que lhe oferecia tantas e tantas benesses. Alguma coisa tem de estar mal num país que precisa de me subornar, dizia ele.
O investimento estatal corresponde a 15 milhões de euros de isenções fiscais para um investimento de 150 milhões de euros que estas 8 empresas se comprometem a fazer. Se não for realizado o investimento, a comparticipação pública desaparece.
Vão ser criados 4460 postos de trabalho. Serão 352 novos e 4108 que se pretendem manter.
O rácio será de 3300 euros por trabalhador.
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