terça-feira, setembro 06, 2011

Teste americano

Como é que os políticos olham para isto?
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"Portugal "bate o tacão" no mundo do calçado. A "indústria mais sexy da Europa", como agora gosta de se apresentar, é a 20.ª maior produtora mundial de sapatos (em volume), a 11.ª nas exportações (em valor) e a terceira que mais caro vende, atrás da Itália e da França." (Trecho retirado daqui)
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Hipóteses de resposta:

a) Temos de baixar a TSU para que consigam exportar mais;
b) Temos de baixar a TSU para que consigam baixar o preço;
c) Os malandros dos empresários são gananciosos, se baixassem o preço e não quisessem tanto lucro rápido ainda venderiam mais;
d) Temos de sair do euro para ser mais competitivos e vender mais barato;
e) Todas as alíneas anteriores;
f) Nenhuma das alíneas anteriores;

Aceitam-se comentários com novas possibilidades de resposta.

16 comentários:

Pedro Soares disse...

Bom dia,

Para mim a resposta correcta é claramente a alínea "a)".

Não pq isso os vá fazer exportar mais... e muito menos fazer baixar o preço... mas pq uma redução de impostos é sempre bem vinda.

Afinal Carlos... Estar a dar dinheiro ao estado para quê? Não vão criar riqueza (nem valor)

É bem mais provável que deixando esse dinheiro do lado dos empresários algo de interessante venha a acontecer :)

Uma sugestão... pq não, em vez de baixar a TSU, deixamos de tributar as Horas Extras? Isso é que ia gerar aumentos grandes de produtividade imediatos... não era?

Vamos lá premiar os que trabalham!

Jonh disse...

Concordo completamente com o Pedro Soares. O desanuviamento da carga fiscal é sempre boa, mesmo que não contribua para baixar o preço dos produtos produzidos cá, como é o caso. Pena é que a descida da TSU tenha consequência o aumento de outro imposto qualquer, em princípio o IVA, pelo que a frase do Pedro não tenha qualquer efeito.

"Afinal Carlos... Estar a dar dinheiro ao estado para quê? Não vão criar riqueza (nem valor)

É bem mais provável que deixando esse dinheiro do lado dos empresários algo de interessante venha a acontecer :)"

Ricciardi disse...

Não considero qualquer hipotese, com excepção da f), ehehe.

Um governante decente analisaria os motivos que estão por detras do sucesso da industria do calçado e, caso o sucesso não advenha de meros factores conjunturais, tentaria replicar/fomentar os factores de sucesso noutros sectores de actividade.

Ricciardi disse...

Buster, é um nome que não compreendo porque sai.

Ricciardi (RB)

Pedro Soares disse...

Olá de novo,

Concordo com o RB no geral mas discordo no actor responsável. Quem tem de estudar o modelo da industria do calçado são as associações patronais e junto com os seus associados fazerem o que tem de ser feito.

Tenho de discordar do John na parte que o aumento de IVA anula a TSU.

A TSU é um imposto sobre quem trabalha e o IVA é um imposto sobre quem consome.

Se pensarmos um bocado isto não é um detalhe, é toda a inversão de uma tendência que existe em Portugal para castigar quem poupa e trabalha.

Para mim o IVA deveria aumentar para 30% se, em contrapartida, baixarem os impostos sobre quem trabalha e sobre quem ARRISCA a gerar emprego. Estou certo que esses aproveitariam a benesse para investir e poupar mais, gerando mais emprego e uma economia mais dinâmica.

Acredito que devemos apoiar quem trabalha, quem faz, quem puxa a economia e penalizar duramente quem não faz nada disso e está sentado na esplanada a beber cervejas e a comer amendoins.

Nova frase de ordem: " IVA a 40% sobre cerveja e amendoins vendidos na esplanada "

Xixa.. é mais facil concordar!!

Pedro Soares disse...

NOTA: Aumentar IVA não é sobre o pão nem sobre o arroz... é sobre as outras coisas que quem tem baixo rendimento não compra.

Achei importante sublinhar isso.

email disse...

Claro Pedro Soares. As empresas é que tem de tomar a iniciativa, mas isso não quer dizer que o governo não possa (re)orientar o seu discurso para leva-las a desenvolver os negócios.

Ao governo não cabe produzir, nem melhorar, nem inovar o produto, mas pode por a estrutura estatal, que é rica em recursos humanos (nos centros investigação e universidades) a servir os interesses daqueles que promovem a riqueza. Nomeadamente na conquista de mercados.

Eu acho que os portugueses tem um tremendo defice de organização comercial. Até sabemos produzir bem, até sabemos inovar, mas tudo isso de nada vale se não escoarmos o produto.

Pessoalmente, acho piada ao conceito de cooperativa. Não de produção, mas de comercialização, e achava que resultariam bem projectos que pudessem agregar os produtores mais pequeninos ( que há muitos) e sem grande disponibilidade financeira para procurarem mercados externos, atraves de uma estrutura do tipo das cooperativas.

Creio que, atendendo a que os portugueses tem apetencia pelo seu próprio negócio, quase todos de pequena dimensão, seria uma excelente forma de, juntando esforços, permitir economias de escala.

Um produtor de tomates portugues não consegue, sozinho, exportar para a America (grande consumidor). Ele deve estar concentrado na sua produção, que é aquilo que ele sabe fazer. Mas se juntarmos um série de produtores, talvez o consigamos.

Mas tambem podia haver uma partilha, de empresas do mesmo sector, em centros de investigação e inovação. Parece-me que o calçado funciona um bocado assim, não é?

Rb

Pedro Soares disse...

Caro RB,

Estou 100% de acordo com a sua opinião e sugestão.

É um exercicio interessante esse das cooperativas comerciais. Tb acho que era capaz de ser muito bem sucedido.

Para não me repetir, eu e o Ccz já trocamos umas opiniões sobre esse assunto no postal:

http://balancedscorecard.blogspot.com/2011/08/uma-contribuicao-para-discussao-sobre.html

Depois comente, aqui ou lá, que gostava de saber a sua opinião.

CCz disse...

Sem prejuízo de outros comentários que a conversa me suscita:
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Há quem proponha, em vez da mexida na TSU, uma mexida no horário de trabalho com mais algumas horas por semana e a redução de alguns feriados.

Pedro Soares disse...

Ccz,

A ideia é tentadora... mas pergunto, para que são mais horas de trabalho se as empresas estão com pouco trabalho. Para cair na armadilha de produzir para stock? De produzir para preço? Só para manter o pessoal ocupado?

Com a "liberalização" das horas extras poderíamos trabalhar as tais horas a mais sugeridas sem perder a flexibilidade nem competitividade e somente quando necessário.

Além disso o pessoal que faz as horas poderia ganhar os "extras" líquidos do seu trabalho a mais, premiando os que querem trabalhar.

Se fizer as contas, sem impostos mas com o extra para funcionários as empresas teriam mais ou menos os mesmos custos com as horas extra que têm com as horas normais.

Um dos problemas do sistema de horas extra sem impostos é que actualmente as HE são muito limitadas. Parece que têm medo que o pessoal trabalhe!Deve ser uma ideia de esquerda que acha que se abrir a questão das horas extra vai existir mais desemprego.

Nota 1 - Horas extra = todas as horas acima das 40 horas semanais
Nota 2 - Na prática uma grande fatia do mercado não declara as horas extra... no fundo tb iriamos oficializar essas horas de trabalho.

Jonh disse...

Caro Pedro Soares,

Não foi com o intuito que lhe quer dar que eu comentei daquela forma. o que quero dizer é que, mesmo descendo a TSU e aumentando o IVA o Estado espera arrecador o mesmo volume de receitas, pelo que, como ele é mau gestor, a manutenção de receitas elevadas ao Estado continua a retirar valor à economia. É neste sentido que comentei.

Tal como Pedro, eu também defendo que deve ser incentivado o trabalho, a iniciativa, o investimento, em vez da preguiça.

Sou a favor da descida da TSU, já o escrevi aqui várias vezes, porque, na minha opinião, porque incentiva o investimento. Não porque a descida venha a ter um impacto significativo na competitividade das empresas, mas porque desanuvia a carga fiscal sobre as empresas, podendo incentivar o investimento. Qualquer descida de impostos sobre as empresas tem o meu aval.

Aliás, a minhas intervenções vão no sentido de se baixar a TSU, contrabalançando a perda de receita com a diminuição da despesa, em vez do aumento do IVA.

CCz disse...

Aceito a alínea a) dados os fundamentos apresentados. Contudo, a minha alínea era f).
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Temos de baixar a TSU para aumentar a acumulação de capital nas empresas!

Pedro Soares disse...

John,

Para resolver más interpretações (ou falta de jeito minha para escrever) não há como combinar uma disputa Tertuliana acompanhada por umas cervejinhas e uns amendoins no Contiqui ou no Bronze um destes dias (pago com IVA a 30%)

Aceita o desafio?

Ccz, necessitamos da sua presença para moderar a tertúlia (e para recalcular o novo IVA de todos os item consumidos). Se a Tertulia for longa não pago imposto sobre as horas extra...

Aviso já que sou forte no tremoço.

Abraço e obrigado por me fazerem pensar :)

CCz disse...

Não sei onde são o Contiqui nem o Bronze mas alinho

CCz disse...

John, amanhã está longe de Urgezes ou Tabuadelo? Para um café por volta das 13h30?

Jonh disse...

Olá Carlos,

Desculpe só agora responder, mas só agora vi a sua resposta. Hoje estou todo o dia na Lixa, portanto, longe de Urgeses...

Vá dizendo quando passar por Guimarães, muitas vezes estou por lá.

Só a partir da próxima semana é que estou em Guimarães.