sábado, outubro 02, 2010

Para quem se queixa da China... (parte IV)

Continuado daqui.
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David Birnbaum dá mais uma pista para quem opera no mundo da moda numa sociedade de consumo em que quem manda são mesmo os consumidores. Os imperadores do gosto já não influenciam a maioria dos consumidores, como diz alguém que conheço "Um dia até as tatuadas vão ser avós!".
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Ou seja, na linguagem deste blogue: "Mongo rules!!!" A heterogeneidade alastra por todo o lado e manifesta-se sempre que possível.
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"To survive in a consumer-driven consumer society, the retailer must first determine just what items the consumer wants to buy, leading to some serious problems:

  • the consumer will not know what thet want to buy until they see the garment in the store;
  • the list of potential items is enormous and, even worse, continually changing;
  • few potential items become the real big-selling items;
  • placing standard size orders for all or even most potential items will result in masses of unsold garments and bankruptcy.
In a perfect world, the solution would be TRIAL ORDERS. Arrange for the factory to produce and ship an entire array of styles and looks in small quantities... Let the consumer decide which items they like best. Declare those to be the items and arrange for the factory to quickly produce and ship large quantities.
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Of course, in the old sourcing system, where production and postproduction required 20 weeks, if a trial order arrived in the store on 15 August, you could expect in-store delivery for your large order around the end of the year, provided you made all the necessary decisions ten minutes after the trial order arrived. Not a practical solution." (Moi ici: os que souberem lidar com este desafio, os que aprenderem a aproveitar esta oportunidade vão colher o grosso dos benefícios, não basta esperar pelo regresso dos clientes. Eles vêm à procura, ou podem ser seduzidos, por um outro modelo de relacionamento entre a fábrica e a loja... Será que a fábrica consegue deixar de se comportar como a bronca da relação? Sim, eu sei que os clientes às vezes também agem como broncos...)
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"Working with trial orders in a speed-to-market system allows the retailer to determine just what the consumer wants and to provide that with a minimum of risk. Lowest-common-denominator fashion (Moi ici: essencial para minimizar os riscos no modelo anterior de sourcing) disappears completely. Successful speed-to-market with its accompanying trial orders the retailer to differentiate themselves from other retailers and to maintain design integrity. The whole purpose of moving fast is to create excitement - to continually provide the consumer with items that are new and different (Moi ici: conseguem visualizar, pressentir, cheirar o mundo de oportunidades que se esconde por detrás deste mudança de modelo?).
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"In the 21st century industry, all successful strategies rely on speed-to-market. Speed-to-market, in turn, can operate only where there exists trust, cooperation and collaboration between customer and supplier. To achieve this, we must change the very nature of our industry strategies." (Moi ici: e as fábricas conseguem guarnecer-se de talento para falarem como parceiros com as marcas e não como recebedoras de encomendas? E os fabricantes de máquinas conseguem agarrar a oportunidade de desenhar as máquinas que permitirão trabalhar com estas séries e frequências? E o lean aqui não será de muito uso, estamos a falar de uma nova organização da produção... como a Canon e a minha pedra de Roseta)

3 comentários:

Jonh disse...

Por isso mesmo é que os clientes, como dizia num post atrás, voltam para portugal. A rapidez. Quanto mais rápido conseguirem perceber o mercado, o que ele quer e mais depressa se adpatar às preferências desses consumidores, mais probabilidade de sucesso.

Por exemplo, a integração vertical da maior parte das funções da empresa, permite uma resposta mais rápida aos comsumidores, o que a subcontratação na ásia não consegue.

CCz disse...

Mas John,

Como conseguir despertar as fábricas para essa nova postura, essa nova abordagem?

Terão de ter outra organização da produção, terão de ter outros quadros, terão de ter outro relacionamento com as lojas, ...

Jonh disse...

Pois, essa é parte mais difícil. Tem de começar, desde logo pelo diagnóstico. O que faz com que não funcione desta forma? Quais são as oportunidades que existem? Quais são os nossos pontos fortes? Onde temos maior vantagem competitiva e como podemos utilizá-la?

Mas tudo tem de começar na tal (capacidade) de visão estratégica!!