sexta-feira, setembro 17, 2010
Uma comunidade de interpretações
Ontem, ao preparar uma intervenção que vou animar na próxima semana, resolvi voltar à fonte e reler a fantástica história do velho mapa que conheci no livro “Making Sense of the Organization” de Karl Weick.
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Os grandes livros são assim… pega-se neles e não se consegue largá-los.
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Como tenho o hábito de sublinhar e comentar passagens dos livros que leio é fácil, ao voltar a pegar neles, reencontrar as partes que, na minha modesta opinião, representam o sumo. Ao reler, ao re-saborear algumas dessas passagens assentei arraiais num capítulo simplesmente divinal “Toward a Model of Organizations as Interpretation Systems” escrito em parceria por Weick e Richard Daft.
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Os autores começam por recordar um jogo, o jogo das 20 questões. Alguém sai da sala e os que ficam escolhem uma palavra que o ausente terá de descobrir através da colocação de 20 questões.
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Fazendo o paralelismo para as organizações, também estas se interrogam a si e a outros em busca da resposta certa sobre como competir, como agir, como actuar. Weick e Daft chamam a atenção para o facto de muitas empresas colocarem essas questões em busca da resposta certa, em busca da resposta única, como num puzzle em que só há uma combinação possível.
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Agora entro eu, mas essa abordagem é tão infantil, tão redutora… não existe resposta única à espera de ser encontrada.
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Os autores escrevem sobre as organizações como entidades interpretadoras da realidade:
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“Interpretation is the process of translating these events, of developing models for understanding, of bringing out meaning, and assembling conceptual models among key mangers."
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Quando uma organização olha para o exterior como uma realidade concreta, analisável, matematisável, parte do princípio que, recorrendo a mais informação, a mais relatórios e a uma abordagem lógica e racional vai descobrir a resposta certa.
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Quando uma organização assume que o ambiente externo não é analisável, surge, então, uma abordagem completamente diferente. A organização como que se liberta e, de certa forma, descobre que pode criar o ambiente externo (Em vez de esperar pelos clientes vai à procura deles, em vez de esperar ser escolhida, envereda pela co-escolha dos seus clientes que interessam). A chave passa por construir, ou desenvolver, uma interpretação razoável do que foi feito e de quais serão os próximos passos. A interpretação pode influenciar mais o ambiente do que o ambiente influencia a organização. Neste caso, o processo de interpretação é mais pessoal, menos linear, mais ad hoc e improvisado. (palavras de Daft e Weick citadas aqui da Pastelaria Briosa em Coimbra).
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Por isso, copiar estratégias de outros é perigoso, pois podem não encaixar com o modelo de interpretação da realidade do copista.
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Por isso, cada vez mais precisamos de gente com locus de controlo no interior, gente que não está à espera de resposta, gente que cria as respostas.
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Os grandes livros são assim… pega-se neles e não se consegue largá-los.
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Como tenho o hábito de sublinhar e comentar passagens dos livros que leio é fácil, ao voltar a pegar neles, reencontrar as partes que, na minha modesta opinião, representam o sumo. Ao reler, ao re-saborear algumas dessas passagens assentei arraiais num capítulo simplesmente divinal “Toward a Model of Organizations as Interpretation Systems” escrito em parceria por Weick e Richard Daft.
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Os autores começam por recordar um jogo, o jogo das 20 questões. Alguém sai da sala e os que ficam escolhem uma palavra que o ausente terá de descobrir através da colocação de 20 questões.
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Fazendo o paralelismo para as organizações, também estas se interrogam a si e a outros em busca da resposta certa sobre como competir, como agir, como actuar. Weick e Daft chamam a atenção para o facto de muitas empresas colocarem essas questões em busca da resposta certa, em busca da resposta única, como num puzzle em que só há uma combinação possível.
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Agora entro eu, mas essa abordagem é tão infantil, tão redutora… não existe resposta única à espera de ser encontrada.
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Os autores escrevem sobre as organizações como entidades interpretadoras da realidade:
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“Interpretation is the process of translating these events, of developing models for understanding, of bringing out meaning, and assembling conceptual models among key mangers."
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Quando uma organização olha para o exterior como uma realidade concreta, analisável, matematisável, parte do princípio que, recorrendo a mais informação, a mais relatórios e a uma abordagem lógica e racional vai descobrir a resposta certa.
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Quando uma organização assume que o ambiente externo não é analisável, surge, então, uma abordagem completamente diferente. A organização como que se liberta e, de certa forma, descobre que pode criar o ambiente externo (Em vez de esperar pelos clientes vai à procura deles, em vez de esperar ser escolhida, envereda pela co-escolha dos seus clientes que interessam). A chave passa por construir, ou desenvolver, uma interpretação razoável do que foi feito e de quais serão os próximos passos. A interpretação pode influenciar mais o ambiente do que o ambiente influencia a organização. Neste caso, o processo de interpretação é mais pessoal, menos linear, mais ad hoc e improvisado. (palavras de Daft e Weick citadas aqui da Pastelaria Briosa em Coimbra).
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Por isso, copiar estratégias de outros é perigoso, pois podem não encaixar com o modelo de interpretação da realidade do copista.
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Por isso, cada vez mais precisamos de gente com locus de controlo no interior, gente que não está à espera de resposta, gente que cria as respostas.
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