sábado, abril 10, 2010
De onde sairá a autoridade?
A propósito da crença no Grande Desígnio Nacional, na virtude do Grande Planeador e do Grande Geómetra, a propósito das crenças ingénuas(?) no centralismo socialista que tudo sabe e prevê, alguns recortes do artigo "Controversy: the essence of strategy" de Aneel Karnani publicado na Business Strategy Review Winter 2008:
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"strategy is always controversial; in fact, the very essence of strategy is controversial choices and trade-offs. In order for one firm to outperform its competitors and gain a competitive advantage, it must act differently: make choices and choose alternatives that are distinct from its competitors. Strategic decisions also imply making trade-offs; otherwise every company would choose the same alternatives and there would be no difference among companies.
Moreover, equally smart managers could have very disparate views on the best strategy for a company," (Moi ici: De onde sairá a autoridade para a escolha da decisão a tomar, sabendo que não há certezas? Do voto? Da idade? Da experiência? Que garantias de sucesso dão?)
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"Strategy consists of a set of integrated choices: the domain in which the firm will compete, the
sources of its competitive advantage, the value proposition it offers its customers, and the
organizational design required to execute its strategy. All of these choices are complicated and
controversial; equally smart managers may have different opinions on these choices. Analyses alone do not yield the answers; managers have to make difficult judgements, often in the context of considerable uncertainty.
One source of uncertainty is that strategy deals with the long-term outlook, and there can be equally plausible forecasts of the future. (Moi ici: De onde sairá a autoridade para a escolha da decisão a tomar, sabendo que não há certezas? Do voto? Da idade? Da experiência? Que garantias de sucesso dão?)
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If you wait to make a decision only after you have attempted to collect all available information and done all necessary analyses (which is impossible to do in the first place), it will be too late.
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Strategy deals with complex issues, and it is difficult to understand the trade-offs because we do not comprehend well the causal ambiguities, the cause and effect relationships that underlie strategic decision making. (Moi ici: De onde sairá a autoridade para a escolha da decisão a tomar, sabendo que não há certezas? Do voto? Da idade? Da experiência? Que garantias de sucesso dão?)
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Strategic choices are intrinsically controversial, so, if at the start of the strategic planning process all the managers seem to agree, this can be a symptom of organizational malaise. Lack of conflict is not the same as real agreement; consensus can be a disguise for disengagement."
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Não há autoridade para estas escolhas a nível central, porque se falharem serão "to big to bail" e por isso serão tratadas e protegidas como "to big to fail" até à última. Só há uma saída para esta incerteza: a variedade de decisões e de escolhas.
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Em vez de pôr todos os ovos num cesto, há que dispersá-los por várias alternativas, com vários actores, com várias sensibilidades e depois:
"Amanhem-se!!!"
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3 comentários:
Outra opinião que ando para lhe pedir há já alguns dias, sobre o grande planeador/geometra. Obviamente o "nosso grande planeador/geometra" não pode minimamente ser pensado seriamente ou ser merecedor de 5 segundos do tempo de gente com princípios, mas pensemos na china, o grande geometra dos nossos dias por excelência, podemos dizer que tem funcionado, no final têm tido um incremento anual de população na classe média ano após ano, melhorando o nível de vida da população, crescendo o país e as empresas a níveis incomportáveis por qualquer outro país, ano após ano.
P.S.- sou dos que pensa que o estado não tem nada que estar na economia, quanto mais longe melhor, principalmente o nosso que de seriedade tem muito pouco. Obrigado mais uma vez
Caro Nuno,
Faz-me perguntas de macro-economia e eu só passo o meu tempo junto da micro-economia.
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Para começar repare neste artigo que defende que 60% do PIB chinês advém de uma bolha na construção:
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http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601010&sid=an0ehK2dtdXg
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"up to 60 percent of its gross domestic product relies on construction"
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Qual é a proposta de valor mais comum na China exportadora? A do preço mais baixo. A que apela à eficiência. Como dominam a competição pelo custo, basta-lhes concentrarem-se na produção, no interior das suas unidades fabris.
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No entanto, é um tema já abordado noutros blogues com mais conhecimento de macro-economia do que eu, o sucesso económico da ditadura de Salazar, ou de Pinochet e não há conclusões finais inequívocas.
Quando apresento o conceito de proposta de valor numa acção de formação, depois de falar sobre a proposta do preço mais baixo costumo apresentar um filme do género:
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http://www.youtube.com/watch?v=Q_A89Tv5Rl4
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Uso um com a equipa do Alonso que é muito mais disciplinada, por exemplo, no final da tarefa de cada um o mecânico levanta um braço.
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E literalmente digo, não o escrevo aqui por causa da sua pergunta mas porque o digo mesmo:
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No negócio da proposta de valor do preço mais baixo, não há primadonas, não é uma democracia, há um guião e ninguém foge ao guião, cada um cumpre o papel que lhe foi destinado, como na cozinha de um McDonalds ninguém resolve alterar a receita de um Big-Mac porque...
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