sábado, maio 03, 2008

Começar pelo fim

Proponho sempre que as organizações comecem pelo fim.
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Antes de se embrenharem no pormenor das actividades, as organizações devem primeiro definir o ponto de chegada, devem primeiro definir os critérios de sucesso.
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É absurdo deixar a definição dos critérios de sucesso para o fim. No entanto, neste espaço não nos cansamos de dar exemplos de quem elege as actividades como o mais importante, de quem ignora os critérios de sucesso, as metas.
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Não admira que depois, 10 anos depois, se discutam e se negoceiem critérios de sucesso, tal como Abraão negociou com Deus a salvação de Sodoma e Gomorra, para justificar monumentos à treta.
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Tudo isto a propósito do artigo do Público de hoje "IEFP considera análise à política de emprego limitada", onde se pode ler:
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"O Banco de Portugal (BdP) concluiu que os apoios à reinserção de desempregados têm tido efeitos quase nulos, mas o Instituto do Emprego considera a análise limitada, afirmando que contribuíram para uma redução média de um mês no desemprego. O presidente do IEFP, Francisco Albino, disse à Lusa que em termos globais a redução no tempo de desemprego foi em média um mês, considerando que este período "não é negligenciável".
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O BdP, que analisa entre 1998 e 2002 dois programas do Instituto de Emprego e Formação Profissional para apoiar jovens e adultos, concluiu que apesar de terem sido gastos milhões de euros foram quase nulos os efeitos das políticas de apoio à reintegração de desempregados, apontando que apenas em 1999, o Estado gastou mais de 90 milhões de euros para obter um balanço final "muito limitado", traduzindo-se numa "pequena redução" da duração média do desemprego. Divulgada ontem pelo Jornal de Negócios, a análise debruçou-se sobre os programas Inserjovem, para trabalhadores com menos de 25 anos, e o Reage para os restantes, e concluiu que sem eles os desempregados teriam ficado apenas mais 12 dias nessa situação."
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Agora é tarde de mais para argumentar se um programa resultou ou não, porque se não foram definidas à priori metas objectivas concretas, com as quais se possa comparar a situação à posteriori... agora é só retórica e oratória... conversa da treta.
Com metas definidas à priori... basta comparar o resultado futuro real com o resultado futuro desejado.
Como disse Churchill: “It's not enough that we do our best; sometimes we have to do what's required”.
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2 comentários:

Raul Martins disse...

Caro amigo, é só para te deixar um "docinho" de um comentário que li e que gostei porque te elogia:

É verdade, caro Raúl, que visito quase diàrimante o s/blogue e o dos seus amigos, com grande prazer.
O v/círculo nao é o meu mundo. Vós
sois, em alto grau, idealistas e utopistas, com excepcao do
"balancedscorecard".

Nao obstante tenho uma grande simpatia por todos.

Saudacoes calorosas de Düsseldorf!

Raul Martins disse...

E muitas vezes não só não se traçaram os objectivos para se comparar, como nem sequer se avalia uma medida que foi tomada há um, dois, três anos e atira-se para a praça pública mais uma ou duas medidas.

Excelente postagem sobre a violência doméstica. Nunca me passou pela cabeça que também num tema como aquele fosse possível trabalhar daquela forma. Bem poderíamos daqui a uns anos ter um ideal tornado realidade. E que bom seria. Temos mesmo que enverter a nossa forma de pensar e colocarmo-nos mais vezes nos pontos de chegada e traçar os caminhos a lá chegar tendo por base os pontos de partida.
"Começar no fim" deveria ser um lema de vida. E ensiná-lo aos nossos jovens.