domingo, abril 15, 2007

COTEC lança magna carta da inovação

O semanário Expresso apresentou ontem um artigo com o título "COTEC lança magna carta da inovação" e assinado por João Ramos.

Em subtítulo pode ler-se "As empresas portuguesas vão ter este ano à disposição ferramentas de gestão da inovação usadas nas multinacionais de sucesso."

E será que a inovação praticada nas multinacionais é a que interessa às empresas portuguesas, ou à sua maioria?

De que falamos quando falamos de inovação?

Actualmente ando a ler o livro "Dealing with Darwin: How Great Companies Innovate at Every Phase of Their Evolution", onde o autor identifica e sistematiza diferentes tipos de inovação. Como refere o autor (Geoffrey A. Moore), a inovação não acontece no vazio, a inovação depende, não só, das capacidades intrínsecas de uma organização, mas também da situação do mercado onde a empresa actua.

O autor sistematiza o ciclo de vida de uma categoria de produtos do seguinte modo:

Depois, em função da situação no ciclo de vida o autor organiza quatro vectores, quatro zonas de orientação estratégica da inovação (em sintonia com as propostas de valor que tanto apreciamos):
Por fim, para cada uma das zonas, o autor identifica diferentes tipos de inovação adequados ao posicionamento no ciclo de vida da categoria de produtos.:
Perante esta proposta de inovação situacional que me parece razoável, fiquei com dúvidas quanto à pertinência do subtítulo. Será que as empresas portuguesas estão na mesma zona que as multinacionais?

Agora num outro registo. O artigo refere também a certificação da gestão da inovação!!!!!!!!!!!!

Paranóia das certificações!!! Para quê? Qual o valor acrescentado? Para mim a melhor certificação da inovação é um, ou dois, ou três indicadores, do género (para o caso da zona de liderança do produto):
  • % das vendas totais da responsabilidade de produtos com menos de 12 (ou 18, ou 24, depende do sector) meses de idade;
  • rentabilidade média dos projectos de inovação;
  • margem média de produtos com menos de 12 (ou 18, ou 24, depende do sector) meses de idade;
IMHO a melhor certificação são os resultados!!!
O presidente do IPQ refere que a certificação permite adquirir "universalidade, credibilidade e transparência"...

Só que as certificações são atribuídas com base em auditorias que têm por finalidade verificar a conformidade com um referencial, não são atribuídas com base em resultados.

Ooops, Houston, we have a problem!

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