segunda-feira, maio 12, 2014

O Diógenes dentro de mim

"Centro de Engenharia Biológica da UMinho quer aumentar o impacto da investigação na economia da Região Norte" parece ser um desígnio meritório. É, seguramente, um desígnio meritório.
"O Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho vai debater o impacto da especialização inteligente da Região Norte e a transferência de valor para a economia.
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[Moi ici: Estas coisas despertam o Diógenes dentro de mim, sempre à espera de poder apresentar a perspectiva mais cínica da vida] Esta iniciativa surge numa altura em que, no âmbito da iniciativa Norte 2020 (correspondente ao novo ciclo de apoios comunitários 2014-2020), se promove, junto dos atores regionais, [Moi ici: Como não recordar o "confesso que às vezes não sei se as empresas recorrem por iniciativa própria, com o recurso a fundos comunitários, ou se são as entidades de tecnologia e investigação que aliciam as PMEs a entrarem em projectos, com o argumento de que não pagarão nada, de que tudo será pago por projectos financiados"] um "crescimento inteligente, inclusivo e sustentável". O evento reunirá vários profissionais das áreas de biotecnologia e bioengenharia [Moi ici: A oferta reúne-se. Mais interessante seria desafiar a potencial procura a falar das suas aspirações, dos seus quereres e necessidades. Mais interessante seria pôr procura de projectos anteriores, empresários, a relatar os resultados positivos dos seus projectos conjuntos, seria o exemplo dos pares] para discutir o impacto da investigação na economia e clarificar a importância das tecnologias de futuro para a sociedade.
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O CEB conta atualmente com mais de 350 investigadores, de cerca de 30 diferentes nacionalidades, [Moi ici: Tanto investigador... precisam de ser pagos. Não será esse o propósito destes projectos? Arranjar financiamento que justifique o pagamento da estrutura?] e tem uma forte presença na indústria portuguesa e internacional, mantendo parcerias com instituições como MIT- Portugal, a Universidade de Harvard e a Universidade de Cambridge. Nos últimos 5 anos, o CEB publicou mais de mil artigos em revistas internacionais certificadas." [Moi ici: E quantos milhares de euros os parceiros de projectos já ganharam em vendas ou pouparam em custos? Os empresários não querem saber dos papers. Bastaria pedir os números dada a "forte presença na indústria portuguesa e internacional"]
 Isto faz-me lembrar os monumentos à treta. O dinheiro gasta-se e, no entanto, os resultados que se obtêm são folclore.
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Pena que a tal "transferência de valor para a economia não seja contabilizada em euros de retorno.

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