quarta-feira, abril 20, 2011

A velha academia não percebe nem tem guião (parte II)

A velha academia não vê luz ao fundo do túnel, acha que temos de sair do euro e/ou baixar salários para sermos competitivos:

E, no entanto, ela move-se...
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Na página 32 (Não faz sentido ser remetido para o fim do jornal, devia estar na capa para ajudar a quebrar os modelos mentais obsoletos) do Jornal de Negócios de ontem encontramos vários artigos de antologia, assinados por Rui Neves.
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"Exportações do sector do metal dispararam 120% este ano" (Moi ici: Conseguem conceber a enormidade deste número? É um número que compara com um 2010 que já foi bom.)
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"São números quase assustadores, no bom sentido.” Nos primeiros dois meses do ano, o sector que mais contribui para as exportações portuguesas, o da metalurgia e da metalomecânica, cresceu, em termos homólogos, mais que duplicou as suas vendas ao exterior.

Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da AIMMAP (associação dos industriais metalúrgicos e metalomecânicos) garante que estamos perante estatísticas absolutamente fiáveis. "Em Janeiro e Fevereiro deste ano exportámos mais do que nos primeiros três meses do ano passado", afiança ao Negócios. De acordo com esta estrutura associativa, o sector do metal gerou exportações de 3,388 mil milhões de euros nos dois meses de arranque de 2011, contra 1,540 mil milhões um ano antes.

Dois exemplos: na área automóvel (integrando apenas a componente metal), "o crescimento neste período foi da ordem dos 190%", enquanto na cutelaria "rondou os 170%". Como se explica esta evolução estonteante na frente externa? "Consideramos que havia, e há, uma margem de crescimento no nosso sector, tanto no mercado português como lá fora", justifica Rafael Campos Pereira. Conclusão: o sector, que valia cerca de 34% das exportações em 2010, "representa agora 52% do total"."
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"Exportações cresceram 20% até Março, segundo dados da Cosec
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De acordo com os indicadores da Cosec relativos à sua actividade em mercados externos, as exportações portuguesas deverão ter registado no primeiro trimestre deste ano "um crescimento homólogo da ordem dos 20%, ou seja, em linha com os verificados até Fevereiro", adiantou ao Negócios Miguel Gomes da Costa, presidente da maior seguradora portuguesa de créditos. Neste período, as vendas garantidas pela Cosec cresceram 21%, "acompanhando de perto" o aumento verificado na exposição total da seguradora em mercados externos, "que atingiu um valor da ordem dos 27%".
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"Euforia no sector da metalurgia e da metalomecânica
No maior, assim como mais heterogéneo, sector português de actividade, vivem-se dias de glória. "Em Janeiro e Fevereiro deste ano, exportámos mais do que nos primeiros três meses do ano passado", avançou ao Negócios Rafael Campos Pereira, vice-presidente da associação dos industriais metalúrgicos e metalomecânicos (AIMMAP). De acordo com esta estrutura associativa, com base nos números do INE, as vendas do sector ao exterior cresceram, em termos homólogos, cerca de 120% no agregado dos primeiros dois meses do ano: de 750 milhões para 1,659 mil milhões de euros em Janeiro; e de 790 milhões para 1,729 mil milhões de euros em Fevereiro. Uma performance estonteante que Rafael Campos Pereira não consegue garantir que se tenha mantido em Março. Este sector vale cerca de um terço das exportações nacionais, tendo as vendas ao exterior atingido 10,5 mil milhões de euros em 2010.

Calçado, imparável, já chega a mais de 130 países
O sector mais internacionalizado da economia portuguesa, exportando mais de 95% da sua produção, está imparável na frente externa. Após ter fechado os dois primeiros meses de 2011 com um crescimento homólogo das exportações de 22%, para 273 milhões de euros, esta indústria deverá ter mantido, ou diminuído um pouco, a sua performance no acumulado dos primeiros três meses deste ano.
"Perspectivamos um crescimento no primeiro trimestre na ordem dos dois dígitos... superior a 15%", adiantou ao Negócios Fortunato Frederico, presidente da associação do sector (APICCAPS). "Uma previsão que se consubstancia pelo acréscimo de encomendas, fruto nomeadamente de uma forte campanha de promoção que a APICCAPS tem, que se traduz na presença de 150 empresas em cerca de 70 eventos internacionais este ano", enfatizou. Esta indústria já exporta para mais de 130 países.

Têxteis tecem crescimento de 14% no trimestre
"Penso que podemos avançar, com alguma segurança, que os resultados do primeiro trimestre deverão rondar um crescimento [das exportações do sector] de 12% a 14%", revelou ao Negócios fonte oficial da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). Um crescimento que, a concretizar-se, estará em linha com o registado nos primeiros dois meses do ano, de 123% face ao período homólogo do ano anterior. No acumulado de Janeiro e Fevereiro, as vendas ao exterior cresceram 30,9% e as dê produtos acabados (vestuário e têxteis-lar) 7,4%. Já para o total do ano, a ATP ressalva que, "face à volatilidade e instabilidade dos mercados", tem alguma dificuldade em aferir a evolução da actividade na frente externa. "Se tudo corresse pelo melhor e conseguíssemos uma taxa de crescimento a rondar os 10%, seria fantástico, pois assim conseguiríamos anular os maus resultados de 2008 e 2009", concluiu a mesma fonte associativa."
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Entretanto o anti-comuna arranjou mais umas fontes interessantes:

1 comentário:

Jose Silva disse...

Carlos,

Atenção ao aumento das matérias primas !!!! Provavelmente muito do aumento das vendas se deve apenas ao repercutir no preço final do incremento do custo dos inputs !!!!

De qualquer modo este facto não invalida a tese do inevitável sucesso que a economia BST está e vai continuar a ter.