sábado, agosto 29, 2009

A janela partida

A Autoeuropa suspendeu 4 dias de lay-off previstos para Setembro e Outubro próximos dada a retoma na compra de veículos.
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No Reino Unido "British GDP shrinks less than feared, car scrappage scheme helps break fall".
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Como diz o ministro das Finanças de Portugal "Ministro das Finanças relaciona melhoria do clima económico com medidas do Governo".
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Os governos europeus estimularam a compra de automóveis com incentivos para abate de veículos (pelos vistos até a minha mãe alinhou).
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Incluo este tipo de actividade num dos arquétipos de Peter Senge, o "fixes that fail".
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As acções (os estímulos) dos governos têm efeitos no curto-médio prazo. Contudo, são sustentáveis?
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E depois de acabarem esses estímulos?
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O dinheiro vai ser gasto e no fim vamos continuar com o problema de fundo, por que ele não foi abordado... excesso de capacidade instalada.
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Uma das vantagens de manter um blogue é a de alargar a capacidade de retenção, a memória disponível, e eu não me esqueço do que li em alemão em Janeiro último existe um excesso de capacidade de produção de automóveis na Europa, esse excesso tem um número, agarrem-se às cadeiras, 27 milhões de veículos.
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Assim, dentro de algumas meses o Estado estará mais endividado e o problema manter-se-á... ou será mesmo agravado, pois a compra distribuída normalmente ao longo dos meses do ano terá sido viciada e concentrada num espaço de tempo definido pelos governo, o que baixará o nível de compra após o período de estímulo.
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Esta coisa dos estímulos governamentais faz-me recordar cada vez a parábola da janela partida de Bastiát... e a falácia que ela esconde.
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Como é que James Galbraith escreveu? "In the short run, again, this looks like simple incompetence, but this is an illusion. Predators do not mind being thought incompetent: the accusation helps to obscure their actual agenda."

1 comentário:

Vitor Silva disse...

"excesso de capacidade instalada"
acrescentava que há uma desadequação da oferta em relação ao que deverá ser o futuro do transporte individual privado. hidrogenio (acho que nunca vai ser), totalmente electrico ou hibrido.
a oferta que temos actualmente continua a ser uns 90% motor a gasolina ou diesel tradicional...
estamos a por as pessoas todas a comprar carros que estao tecnologicamente desfasados daquelas visões hi-tech que nos entram pela televisão nomeadamente carros electricos que juntamente com redes electricas inteligentes funcionam como armazenadores de energia.
enfim, talvez isso seja demasiado hi-tech mas ter uma oferta realista de hibridos era o minimo que se exigia a qualquer marca que esteja no mercado.
se imaginarmos que estas pessoas que estão a comprar agora carros só os vão trocar daqui a uns 10 anos estamos a ver o impulso negativo que estamos a dar para o arranque efectivo destas novas tecnologias.
(http://www.google.com/search?hl=en&rlz=1T4GGLJ_enCL219CL221&q=%22*+*+reach+the+end+of+their+life+span%2C+with+an+average+age+of+13+till+14+years%22)