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quarta-feira, março 11, 2009

O choro dos normandos

Acabo de ouvir na TSF o choro de duas normandas por causa da Qimonda.
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De acordo com as homilias de Edite Estrela e Ilda Figueiredo, deputadas no parlamento europeu e profundas conhecedoras do sector (!), os contribuintes europeus (os saxões do costume) devem despejar mais uns milhões de euros para afagar o ego dos políticos e alimentar o monstro Qimonda.
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Ao ouvi-las lembrei-me do termo 'sunk costs'... segundo as deputadas uma das razões para apoiar a Qimonda é ... o dinheiro que já se gastou no passado.
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No Jornal de Negócios encontro uma afirmação de Belmiro de Azevedo que se ajusta perfeitamente a esta situação:
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"Belmiro de Azevedo, que evitou os jornalistas, disse ainda que se tem que “entrar em projectos que tenham sentido económico”. E “mais importante do que criar projectos é abortar um projecto em tempo útil”, para evitar maiores perdas de recursos."
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segunda-feira, fevereiro 09, 2009

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Aprendizes de feiticeiros querendo esturricar dinheiro impostado aos saxões

À atenção de Pedro Adão e Silva:
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"Consider the manufacture of memory chips. The process involves some of the most sophisticated technology in the world, with incredible quality controls, clean room environments, and highly complex manufacturing techniques (bom para o ego dos políticos e comentadores encartados. Ah ganda choque tecnológico). The investment requirements are prodigious. The industry consumes enormous quantities of capital, with new factories costing one to two billion dollars.
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Yet, the industry is profitless. Once every five or six years, when supply is tigth, a ray of profitability appears from behind the clouds. The the clouds close in, and the industry loses money for years, with no prospect of structural profitability in sight.
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Sometimes, there is no way to reverse the situation. Sometimes, the best course of action is to walk away. That's the decision Intel made in 1985.
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Intel recognized and was willing to acknowledge the bitter reality of life in a no profit zone. It had excellent engineering talent, worked exceptionally hard, competed successfully with the Japanese, invested enormous amount of capital - and made no money. In fact, it lost $200 million in 1985. Worst of all, there was no action that Intel could take to reverse the situation (pois, não tinham Pedro Adão e Silva para os alumiar), nor was there any prospect that circumstances would improve. Intel confronted the reality of the no profit zone pattern and made the toughest decision in its history - it walked away."
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Trecho de Adrian Slywotzky e David Morrison in "Profit Patterns".

terça-feira, janeiro 27, 2009

Conta com uma grande «força de trabalho altamente qualificada» e uma «capacidade já instalada»

Trecho retirado de "BE quer ouvir Mário Lino no Parlamento sobre falências".
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"Alda Macedo defendeu ainda «a necessidade de ser promovida a aquisição da empresa no sentido da sua reconversão», lembrando que a Qimonda conta com uma grande «força de trabalho altamente qualificada» e uma «capacidade já instalada»."
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A questão não é a força de trabalho nem a capacidade instalada ... num mundo de excesso, num mundo de abundância, o que conta são os clientes.
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Se não existirem clientes, se os clientes não estiverem disponíveis para trocar o seu dinheiro em troca do que o fabricante produz ... nada feito.
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E os clientes são como nós consumidores, a menos que sejam obrigados a recorrer a um monopolista, são egoístas, pensam no seu interesse próprio.
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Bom, talvez tenhamos oportunidade de ver Louçã a gerir a Qimonda e a promover a sua reconversão.

domingo, janeiro 25, 2009

... eles nem a queriam se fosse oferecida

Primeiro uma ressalva: não conheço a situação concreta da Qimonda, e não a posso investigar, por isso, o que se segue baseia-se na minha interpretação dos factos e opiniões que vou conhecendo e juntando.
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Acho impressionante e sintomático do tempo que vivemos (não da crise internacional, mas da nossa crise interna que é anterior e vem de mais longe - basta recordar a lista de 2007 ) tempo em que os políticos atiram dinheiro para cima dos problemas (isto vai ter de ser pago com mais impostos? a pagar por quem?)
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Assim, no DN de hoje no artigo "Qimonda rende-se às fábricas da China e de Taiwan" pode ler-se:
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"A imprensa alemã chamou ontem a falência da Qimonda às primeiras páginas e o assunto é também alvo de comentário nos principais jornais. "Era evidente que a Qimonda não tinha salvação. E só com apoios irresponsáveis do Estado seria possível mantê-la, mas nunca a longo prazo", escreve o jornal Die Welt."
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Um aparte: a malta da Qualidade se estivesse no governo perante esta falha perguntaria "O que é que no nosso modo de decisão, o que é que no nosso modo de análise dos problemas está a falhar e a permitir que dinheiro dos (saxões) contribuintes seja irresponsavelmente esbanjado, para evitar que se volte a repetir a falha noutra situação futura?
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"O principal jornal económico alemão, o Handelsblatt, afirma que "talvez só a compra por um concorrente pudesse salvar a Qimonda, mas eles nem a queriam se fosse oferecida" ,e considera "sábia" a decisão do governo regional da Saxónia, onde se situa a principal fábrica da empresa, de não investir ainda mais dinheiro na Qimonda."
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Se ao menos alguma lição fosse aprendida com esta estória... Seria interessante...
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E ainda ... as palavras do director-geral da fábrica de Vila do Conde em 2007 não são coerentes com a narrativa dos factos que nos trouxeram até aqui, ou então, a especialização dos produtos não era, afinal, tão especial assim.

sábado, janeiro 24, 2009

A propósito da Qimonda

Aconselho a leitura da "Nota de Fecho" de Jorge Vasconcellos e Sá no semanário Vida Económica de ontem.
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Vasconcellos e Sá recorda a história da Intel na segunda metade da década de oitenta do século passado.
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"Em 1986 a Intel perdeu 173 milhões de dólares. E há anos que estava no vermelho. Quando assumiu o controlo da Intel, Grove perguntou-se: "se em vez de eu ter sido promovido internamente, viesse uma pessoa de fora, que faria ela?"
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E a resposta foi: abandonaria as memórias de PC (que se tinham tornado numa "commodity" em que os japoneses tinham vantagem de preço) e concentraria a empresa nos microprocessadores (uma "speciality" cuja procura crescente a Intel sabia servir bem).
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Enquanto a Intel hesitou, perdeu dinheiro ano após ano. Quando abraçou abertamente a mudança estratégica, em poucos anos as suas vendas cresceram 51%"
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Oiço os políticos falar sobre a Qimonda na SIC-N e volto a pensar na "Nota de Fecho" de Vascocellos e Sá:
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"os negócios são sobre dinheiro, não egos"
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"criar o futuro é menos arriscado do que defender o passado"