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segunda-feira, dezembro 01, 2008

O ponto de singularidade

Estas reflexões, Baixar impostos e Saque fiscal, partem do princípio que não nos aproximaremos de uma singularidade.
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Em torno de uma singularidade as leis e os padrões que nos regem deixam de existir ou de fazer sentido, quer seja no mundo físico em torno de um buraco negro, quer seja no mundo político em plena revolução.
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Basta aplicar aquilo a que a teoria das restrições chama o desenvolvimento dos ramais negativos de uma Future Reality Tree para desenharmos aquilo que pode aproximar-nos de um ponto de singularidade. É claro que ninguém quer aproximar-se de um ponto desse tipo porque é impossível prever o que vem a seguir... afinal, as leis a aplicar são outras e muita gente poderosa tem a perder com a chegada da singularidade, assim como, muita gente simples.
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Basta o desemprego escalar à espanhola (mais do que duplicar face aos valores "oficiais" actuais), para isso basta lêr o que está a acontecer neste princípio de espiral negativa: Despedimentos colectivos mais do que duplicaram ; A thousand businesses collapse in trading gloom, e imaginar que os ainda empregados, com medo, se retraiam em compras futuras, para uma segunda onda de falências avançar e assim sucessivamente.
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Basta imaginar uma economia tomada pela deflação: em que mesmo que se mantenha a venda do mesmo número de unidades de produto por mês (muito difícil), a facturação baixa e as dívidas contínuam lá, a ter de ser pagas... um pesadelo para as empresas que tenham dívidas. (Abandon all hope once you enter deflation)
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Basta imaginar um orçamento para 2009 fora da realidade, um orçamento que inflaciona as receitas e subestima as despesas (por exemplo as ligadas aos subsídios de desemprego) Um Orçamento com um pé fora da realidade. Basta imaginar um estado sem dinheiro para pagar salários, pensões e aprovisionamentos...
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Basta imaginar algumas consequências militares do descalabro financeiro, mesmo que do outro lado do mundo World stability hangs by a thread as economies continue to unravel :
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"If the atrocity now propels the Hindu nationalist leader Narendra Modi into office at the head of a revived Bharatiya Janata Party (BJP), south Asia will once again face a nuclear showdown between India and Pakistan.
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Events are moving briskly in China too. Wudu was torched by rioters this month in a pitched battle with police. Violence has spread to the export hub of Guangdong as workers protest at the mass closure of toy, textile, and furniture factories. "
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"As for Europe, it is already fragile. Iceland, Hungary, Ukraine, Belarus, Latvia, and Serbia have turned to the IMF. Russia is a hostage to oil prices. If Urals oil stays below $50 a barrel for long, we are going to see an earthquake of one kind or another.
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It is too early in this crisis to conclude whether Europe's monetary union is a source stability, or is itself a doomsday machine. The rift between North and South is growing. The spreads on Greek, Irish, Italian, Austrian, and Belgian debt remain stubbornly high. The lack of a unified EU treasury has become glaringly clear. Germany has refused to underpin the system with a fiscal blitz."
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E se juntarmos a isto o descalabro futuro do dolar... talvez tenhamos reunido as condições para um ponto de singularidade.
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Há uma parabola no novo Testamento que conta a estória de um homem que estava a lavrar um campo que não lhe pertencia e encontrou um tesouro enterrado.
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Voltou a escondê-lo e foi a correr vender tudo o que tinha para comprar esse terreno.
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Se eu tivesse a certeza absoluta da aproximação do ponto de singularidade também eu faria como o homem da parábola e investiria em armas, enlatados, liofilizados, bolachas e massas e água, muita água num bunker. Como não o estou a fazer... ou não acredito que ele venha, ou não tenho a certeza que ele venha, ou sou um suicida.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Colhemos o que semeamos...

Como vivo numa zona híbrida entre o rural e o urbano, a realidade quotidiana recorda-me constantemente velhas máximas buriladas ao longo de gerações, destiladas da sabedoria popular.
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Nesta altura, no Outono, há uma certa nostalgia no ar... as andorinhas estão a ir embora, a manga curta e as sandálias já quase estão arrumadas e colhem-se os frutos que foram semeados lá longe, durante a Primavera.
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É isso, colhemos os frutos que semeamos... não há acasos!
Dia após dia, mais um campo de milho é transformado em forragem para o gado, modificando a paisagem.
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Com a descida das temperaturas muitas espécies não resistem e desaparecem até à próxima Primavera.
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Outras espécies surgem rapidamente, para aproveitar o calor do fim da tarde e o aumento da humidade.A vida continua...
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Que frutos, como comunidade alargada, merecemos colher nestes tempos que correm? Que empresas, que instituições, que paradigmas, que personagens desaparecerão?
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Que novas empresas, instituições, paradigmas e personagens surgirão?