quinta-feira, setembro 25, 2025

Curiosidade do dia



Depois dos automóveis... serão os camiões eléctricos?

O que aconteceu com os automóveis poderá repetir-se nos veículos pesados. Primeiro foram os carros: a China aproveitou a transição tecnológica para os motores eléctricos e, em poucos anos, conseguiu conquistar quota global, colocando-se lado a lado com gigantes tradicionais europeus, japoneses e norte-americanos.

Agora o movimento chega aos camiões. A Sany, que já produz dezenas de milhares de camiões eléctricos por ano e investe fortemente em fábricas, baterias, carregamento e condução autónoma, mostra que o mesmo guião pode estar em curso no segmento de transporte pesado. Enquanto na Europa ainda se discute infraestrutura de carregamento e custos de transição, a China acelera com escala, custos mais baixos e uma política industrial consistente.

A questão é inevitável: vão ser os camiões eléctricos a próxima frente de conquista da indústria chinesa?

Para os fabricantes europeus, o dilema é semelhante ao que viveram com os automóveis. Ou ficam presos ao modelo tradicional, protegendo fábricas e cadeias de valor construídas em torno do motor de combustão, ou usam esta transição como alavanca para inovar, diferenciando-se em áreas como tecnologia de baterias, software, serviços de mobilidade, logística inteligente ou integração com redes de energia. Fiquei logo a pensar no peso da bagagem.

O tempo joga contra quem espera. A experiência dos automóveis mostra que a hesitação custa caro. A Europa tem engenharia, tem marcas com reputação, tem redes logísticas sofisticadas e ... muita bagagem.

No FT de hoje, "Sany's electric trucks power latest Chinese assault on global sector":
"China's biggest electric-truck maker says it is targeting growth overseas in a fresh challenge to the global auto industry as Chinese production of high-tech, low-cost, battery-powered heavy goods vehicles booms.
Liang Linhe, who leads the electric trucking division of Sany Group, a construction and mining equipment behemoth, expects about half the group's sales to come from overseas markets by 2030 - up from about 10 per cent this year.
"We are already seeing the rapid development of the overseas market," he told the Financial Times in an interview, adding that the "biggest challenge" was that many countries' electricity infrastructure lagged behind that of China.
The Chinese group launched its electric truck business in 2021 and has won a market share of about 16 per cent domestically.
The group expects annual sales of about 30,000 electric trucks for this year, mostly in China.
It has opened an electric-truck factory in South Africa this year, is scouting for land in Brazil for a second overseas operation and has begun selling its vehicles in Europe.
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Industry executives predicted that electric trucks will have a 50 per cent market share within three years in China.
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Sany, Liang added, invested about 8 per cent of its revenues into research and development for Changsha's battery production, solar-powered battery swapping and charging networks across China, as well as driverless technology."

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