quinta-feira, setembro 04, 2025

Curiosidade do dia

No JdN de ontem: "Portugueses são dos mais favoráveis à criação de novos impostos europeus."

Os portugueses nunca cessam de me surpreender com a sua incapacidade de ver a jogada para lá da póxrima jogada no bilhar:

"Oito em cada dez portugueses estão a favor da criação de novos impostos para financiar o orçamento europeu.

...

Os portugueses são dos que mais apoiam a criação de novos impostos para financiar o orçamento de longo prazo da União Europeia (UE)..."

Entretanto, em países como mais literacia financeira:

"Porém, a ideia de novos impostos europeus não foi bem recebida pelos Estados-membros. A Alemanha já anunciou que votará contra a tributação adicional sobre as empresas, por travar a competitividade das sociedades europeias..." 

Este entusiasmo português não deve ser lido como uma convicção estratégica sobre o futuro da União, mas antes como mais um sinal da dependência estrutural de Portugal de fundos externos. Desde o PRR até ao próximo quadro comunitário, a narrativa recorrente é sempre a mesma: esperar que a Europa financie aquilo que internamente não conseguimos sustentar. Esta atitude é sintomática: revela uma sociedade que prefere delegar no orçamento europeu a responsabilidade de financiar as suas prioridades, em vez de encarar as reformas internas que poderiam realmente gerar crescimento sustentado.





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