- Domingo de Ramos: multidão de discípulos e peregrinos galileus que o seguiam com esperança messiânica.
- Paixão: multidão urbana, influenciada pelo Sinédrio, talvez até uma multidão diferente em número e composição.
domingo, abril 13, 2025
Domingo de Ramos
Este Domingo tem um tom de alegria, pela aclamação de Jesus, mas também marca o início da sua Paixão, pois a mesma multidão que o aclama, dias depois grita “Crucifica-o!”.
É, por isso, um dia de contrastes, que introduz a dor, a traição e a cruz.
A mesma multidão? Será mesmo a mesma multidão?
Na tradição popular e em muitas homilias, costuma-se dizer que a "mesma multidão" que aclamou Jesus no Domingo de Ramos foi a que gritou "Crucifica-o!" alguns dias depois. Isto serve como imagem do coração humano volúvel e do perigo da fé superficial. Contudo...
No livro "Jesus de Nazaré - Parte II: Da entrada em Jerusalém até à Ressurreição", Ratzinger oferece uma interpretação diferente. Ele escreveu algo como: A multidão que aclamava Jesus na sua entrada em Jerusalém era composta, sobretudo, por peregrinos que o acompanhavam - provavelmente gente da Galileia, que o conhecia e seguia. A multidão que mais tarde exige a sua crucificação era formada por habitantes de Jerusalém e, em especial, por pessoas mobilizadas pelas autoridades religiosas do templo.
Em resumo, para Ratzinger temos:
Esta leitura evita uma acusação generalizada contra o povo judeu (algo que, infelizmente, ocorreu durante séculos na tradição cristã) e chama a atenção para a manipulação da opinião pública, sobretudo nas grandes cidades, por parte de líderes com poder político-religioso.
Ao mesmo tempo, Ratzinger não nega a fraqueza humana, mas coloca o acento não na traição da mesma multidão, mas na fragilidade das estruturas humanas e na capacidade de manipulação pelas autoridades.
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