O artigo "Sunburst", publicado na revista The Economist a 15 de fevereiro de 2025, discute como a energia solar barata está a desestabilizar as redes eléctricas em vários países. Embora a disseminação da energia solar traga benefícios ambientais e económicos, ela também traz um ciclo vicioso que ameaça a sustentabilidade das concessionárias eléctricas.
O artigo começa por contar a estória de como surgiu o modelo "energy as a service" que se espalhou pelo mundo. Depois:
"But cheap solar power is now breaking the model. Last year Pakistan became the world's third-biggest importer of Chinese solar panels. Many were destined for the roofs of commercial and industrial outfits or farms, to replace diesel generators. Pakistan has sky-high energy prices, a legacy of expensive contracts to pay for capacity from often Chinese-built coal plants. The adoption of cheaper, cleaner solar power is a welcome development. At the same time, however, it leads to a vicious cycle. The costs of running the grid and paying for coal power fall on fewer people, who then have more reason to opt out, undermining the economics of the whole enterprise."
O artigo continua com exemplos semelhantes na África do Sul, no Líbano e mesmo em regiões dos Estados Unidos mais sujeitas a furações e apagões. A leitura fez-me logo soar as campaínhas para os arquétipos de Peter Senge:
Primeiro: Limits to growth
O crescimento da energia solar descentralizada ao reduzir a base de consumidores da rede eléctrica, cria um limite estrutural que enfraquece as concessionárias, gerando crises de fornecimento e, paradoxalmente, mais incentivo para que os consumidores adoptem a energia solar.
Segundo: Success to the successful

Consumidores mais ricos conseguem pagar por sistemas solares próprios, reduzindo a sua dependência da rede, enquanto os mais pobres ficam presos a um sistema cada vez mais caro e instável.
Terceiro: Shifting the burden
Em vez de melhorar a infraestrutura eléctrica, governos e consumidores recorrem à energia solar como solução imediata. No entanto, essa alternativa enfraquece ainda mais as redes públicas, agravando o problema a longo prazo.
Sem comentários:
Enviar um comentário