Preparem-se para mais jogos psicológicos no futuro próximo. Agora vai ser a vez dos media televisivos.
No FT de hoje em "Morgan talks up his solo YouTube future after buying out Murdoch".
Piers Morgan vai transferir-se para o YouTube com o seu canal "Piers Morgan Uncensored" após deixar a sua carreira na televisão tradicional, procurando agora um público mais jovem, maior alcance global e maior controlo do que pode ou não abordar e quando. Morgan acredita que o modelo tradicional de redes lineares está em declínio e será substituído pelo consumo de média em plataformas digitais como YouTube e redes sociais nos próximos 10 anos. O canal de Morgan já tem milhões de subscritores e transmite entrevistas com líderes mundiais e celebridades, como Volodymyr Zelenskyy e Benjamin Netanyahu, ampliando o seu apelo global.
Acerca do futuro das televisões Piers Morgan tem esta opinião:
"Linear network stuff is just dead now. It'll take a while to die, but it's dead. I can guarantee you, in 10 years' time none of them will exist.
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Everything is going away from legacy media to personal brand media. Some of the biggest stars in the world are not attached to any networks or newspapers like they used to be when I grew up.
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Thanks to the internet and social media, [they] work for themselves.
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More people watched the US election in America on YouTube in terms of results, analysis and opinions than watched cable or broadcast for the first time ever.
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Online creator-led shows have become increasingly influential, with many media pundits crediting shows such as The Joe Rogan Experience for mobilising the younger, 'bro-culture' voters for Trump.
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These influencers’ shows garner millions of listeners as podcasts and YouTube videos, and billions more as clips across social media.
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You can do an interview with conventional TV but where are you going to get that kind of audience? It’s the future."
Estão já a imaginar o filme...
Num futuro próximo, veremos os média tradicionais vestirem a pele de pobres vítimas indefesas, que choram em uníssono enquanto lamentam o ataque impiedoso dos malvados criadores de conteúdo das redes sociais. Estes vilões, armados apenas com câmaras, microfones e ideias próprias, ousaram roubar a audiência que, por direito divino, pertencia às veneráveis redes de televisão e jornais impressos.
Sem outra escolha, os média tradicionais recorrerão aos verdadeiros heróis da nação: os políticos. Com discursos emocionados e dramáticos sobre o perigo da "desinformação" e a "fragilidade da democracia", clamarão por resgates urgentes, não em aplausos, mas em fundos públicos arrancados diligentemente dos bolsos dos contribuintes.
E assim, entre subsídios para "preservar a integridade jornalística" e novos impostos para "combater as notícias falsas", os velhos titãs da comunicação reinventar-se-ão, não como inovadores, mas como os mais eficazes colectores de esmolas do século XXI. Afinal, que seria do futuro sem esta aliança heróica entre a nobreza mediática e a benevolência tributária?
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