"Um estudo da Agroges mostra que a fileira de tomate para a indústria tem evoluído "muito favoravelmente" nas últimas duas décadas, tendo "aumentado muito significativamente a sua eficiência, produtividade e relevância" na área do regadio do Ribatejo e Oeste. Um período em que a área de tomate cresceu 27,4% e a produção total aumentou 47,95%. A produtividade foi reforçada em 16,1% e a produção por agricultor cresceu 426,1%. Estamos a falar de uma produção total, em 2019, de 1440 toneladas, produzidas por 367 produtores, numa área total de 14 468 hectares. E que geraram um volume de negócios total de 119 milhões de euros....Rendimento em causa Para Manuela Nina Jorge, diretora -geral da Agroges, esta alteração na PAC "irá por em causa o rendimento do agricultor e, a prazo, a sua capacidade de capitalização e de investimento". Sobretudo, quando o custo dos fatores de produção em Portugal, desde a energia aos agroquímicos, são "substancialmente mais altos" do que nos restantes países europeus, o que, já por si, retira competitividade ao setor."
Há anos que escrevo sobre o tomate e sobre as incongruências do sector (2017, 2016, 2014, 2012, 2006).
O texto de 2006 já levantava a mesma interrogação que este acima me levanta: Tanta eficiência, tanta produtividade, tanto crescimento, mas sem o dinheirinho da UE o modelo falha. Interessante, ainda na quinta-feira passada escrevi:
"Quantas vezes empresas recebem apoios e subsídios para inovação e acabam por usar esse dinheiro, sem dolo, como uma forma de reduzir os custos e poder prolongar o modelo de negócio actual por mais um ou dois anos, continuando a competir pelo preço."
Dinheiro da UE para financiar modelos de negócio cancerosos...
BTW, lembram-se do karma do leite? Preparem-se para o karma do tomate:
"Já Gonçalo Escudeiro, da Federação Nacional das Organizações de Produtores, considera que "ou a UE protege os seus produtores, ou tem de taxar a produção internacional que entra de forma muito agressiva no mercado europeu". A próxima PAC será bastante exigente do ponto de vista ambiental, "e muito bem", defende, mas é preciso garantir que "não seja à custa da perda de competitividade dos produtores europeus". Uma das exigências dos agricultores é que o consumidor possa conhecer a proveniência dos produtos alimentares. "Porque é que se vamos comprar uma peça de roupa esta é obrigada a ostentar a sua origem e uma lata de tomate ou de milho doce ou um pacote de leite não é?", questiona."
Trechos retirados de "Fileira do tomate teme perda de competitividade com a nova PAC" no Dinheiro Vivo de ontem.
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