sexta-feira, setembro 25, 2020

Delírio

Em Agosto passado no JdN, no artigo "Postais de verão", encontrei um trecho revelador de que é preciso mais, muito mais reflexão sobre os caminhos para a reindustrizalização da Europa antes de se escrever:
"No imediato, por questões de vantagens competitivas, os salários relativamente mais baixos dos novos entrantes no mercado de trabalho podem favorecer a reindustrialização da Europa;"
Reindustrialização da Europa com base em salários baixos é delírio.
Os jovens europeus estão disponíveis para isso?
Os imigrantes africanos estão disponíveis para isso?

Depois no Jornal Económico, no artigo "Apostar na formação para se poder reindustrializar":
"“Se não competimos com baixo salário temos de competir com produtividade”, frisou João Duque ao JE, lembrando ainda que os portugueses são considerados “pouco produtivos”. [Moi ici: Pouco produtivos porque produzem artigos de baixo valor acrescentado]
O economista acredita que “os países do Leste da Europa que aderiram à União Europeia são os grandes concorrentes, os países que mais facilmente vão poder arrebatar os novos projetos de reindustrializaçao”, isto porque “têm uma tradição industrial, uma mão de obra que muitas vezes é mais barata que a nossa”. [Moi ici: Tudo coisas que têm impedido a Irlanda de liderar este campeonato] “Vamos ter dificuldade em entrar neste campeonato contra o centro da Europa”, referiu João Duque" 
E volta e meia aposta-se na caridadezinha:
"“Não podemos apostar numa reindustrialização se o sistema de ensino quer ao nível básico e secundário ou de ensino superior não estiver alinhado com as necessidades do mercado”, sublinhou ao Jornal Económico (JE) o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos Pedro Dominguinhos""
Com o sistema político e económico que temos, quanto mais formação damos às pessoas mais as apoiamos a fazerem o melhor para a sua vida: emigrarem.

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