"Desenganem-se aqueles que dizem que défices nulos (entenda-se aqui saldo estrutural nulo) significam cortes de despesa. São duas coisas totalmente separadas e independentes: tanto podemos ter um défice nulo com um Estado que gaste 50% do PIB (ou mais) como com um Estado que gaste 35% (ou até menos).No entanto, o que mais vejo é gente com o descaramento de querer mais despesa e, em simultâneo, menos impostos. Como a grande massa daqueles que querem mais défice e, em simultâneo, menos dívida.
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A decisão de um saldo estrutural nulo apenas determina qual o nível de carga fiscal que se pretende, dado que a despesa passa a ser financiada por impostos e outras receitas (correntes e de capital).
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Ou seja, temos, enquanto sociedade e Democracia, que fazer uma escolha: de um lado, quem defende mais despesa (e consequentemente mais impostos) e do outro lado, quem defende menos impostos (e portanto, menos despesa). O que não podemos é continuar a financiar despesa corrente com dívida pública, que mais não é que impostos para o futuro."
Enfim.
Trecho retirado de "O “Consenso orçamental” – Parte II"
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