"Os juros da dívida a 10 anos ultrapassaram os 4%. O problema não está num facto como este, que até pode ser isolado e pouco duradouro. A questão está quando se olha para a tendência. E esta não se vê por um dia, uma semana ou mesmo um mês. É um facto que no último ano os juros que os investidores exigem para comprarem dívida pública portuguesa tem subido de forma regular e, aparentemente, sustentada. A subida é generalizada e uniforme na zona euro? Não. E esse é o segundo sinal preocupante para Portugal. O diferencial de juros entre a dívida portuguesa e as alemã e espanhola alargou-se nos últimos meses. Isto significa que mesmo quando uma parte das razões para a subida dos juros vem de fora, o impacto percebido pelos investidores em cada economia é diferenciado. Por exemplo, os efeitos da política económica que se adivinha venha a ser a de Donald Trump serão maiores e mais negativos em Portugal do que noutras economias. Porquê? Porque o país baixou o défice mas não a dívida, porque a economia não sai da anemia e até está a crescer menos do que em 2015, porque o investimento não arranca, porque há muitas políticas que são olhadas com desconfiança e recuos incompreensíveis em algumas medidas. Isto apesar do défice mais baixo da democracia – mas que não deixa de ser um défice e, por isso, gerador de mais dívidaTrechos retirados de "Era uma vez um país sem custo para os contribuintes…"
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Porque 2010 está demasiado vivo na nossa memória, sabemos que o problema começa quando nos tornamos no primeiro sítio de onde os credores querem sair quando o circo começa a arder. É isso que faz de nós o elo mais fraco. E é contra isso que, nesta fase, já pouco podemos fazer. O que será, será."
sexta-feira, janeiro 06, 2017
Curiosidade do dia
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