quinta-feira, julho 21, 2016

Pre conceitos

Ontem de manhã no programa "O mundo ao ouvido" na rádio Antena 1 ouvi uma conversa banal sobre como nós humanos imitamos os sons dos animais. Ás tantas a conversa era como a imitação difere de língua para língua. Um francês, um japonês, um indiano, um português todos proferem sons diferentes ao imitar o mesmo galo, o mesmo gato, o mesmo cão.
.
Então, Helena Matos faz uma afirmação que não mais me abandonou durante o dia. Ela recordou aquela estória:
  • Quantas palavras usamos em português para falar de neve? Neve; gelo; granizo; saraiva; geada; ...
  • Quantas dezenas de palavras têm os suecos e os noruegueses quando querem falar de neve? Já ouvi dizer que têm mais de 40 palavras.
Porque estamos numa dada realidade habituamos-nos a olhar para ela de uma dada maneira e assumimos, sem intervenção consciente, uma série de preconceitos, para facilitar a interpretação dessa realidade. Por isso, não reparamos no novo penteado da nossa cara metade.
.
O que inferi das palavras de Helena Matos e acho fascinante, é que faremos o mesmo com os sons. Habituamos-nos a certos sons e tornamos-nos especialistas neles. Por falta de uso, em relação a outros sons, ou não os ouvimos, ou não os percepcionamos. Depois, perante uma mesma realidade, o cantar de um galo, diferentes pessoas de diferentes origens linguísticas ouvem e replicam coisas diferentes.
.
Fascinante.
.
E carreador de sentimentos de humildade...
.
Diferentes experiências de vida, diferentes formas de ver o mundo. 
.
Claro que o mundo é só um, no fim, sobrevivem os que têm melhores explicações... porque há os que nunca aprendem com o teste do ácido.

Sem comentários: