sexta-feira, fevereiro 05, 2016

Acerca da estratégia e da execução

Quem se interessa pelo tema da estratégia conhece a discussão entre os que distinguem estratégia da execução da estratégia, como Paul Leinwand, e os que não distinguem e consideram tudo como um todo, como Roger Martin. Por exemplo:
.
E se ambas as correntes estiverem certas? E se tudo depender da forma como se formula uma estratégia?
.
Quando trabalho com uma PME faço com que o desafio da reflexão estratégica parta daquilo que a empresa tem (recordar "Vantagem é uma classificação subjectiva" e os links nele incluídos). Desta forma, estratégia e execução fazem parte de um mesmo todo.
.
Agora imaginem que uma organização não tem falta de recursos e que, ao contrário das PME, não parte do que tem mas do que acha que deve ou devia ter...
.
Talvez seja exagerado, mas atentem neste exemplo, na leitura deste texto "Três verdades inconvenientes". Admitamos, por hipótese académica, que o autor tem razão, admitamos que o problema da baixa produtividade não é da responsabilidade dos trabalhadores mas dos gerentes ou gestores (BTW, tese que defendemos aqui no blogue desde sempre). O que é que se faz? Nacionalizam-se as empresas? Pressionam-se os empresários?
.
Uma coisa é partir do que se tem e procurar tirar partido do que se tem. Outra coisa é pensar: Ah! Se nós tivéssemos! E tentar ajustar a empresa a uma estratégia exótica.
.
Quando pensamos numa estratégia que não se ajusta à realidade que temos é muito mais fácil ter essa tal dicotomia entre estratégia, o que achamos que devia ser (não interessa porquê) e o que conseguimos realmente implementar.
.
É, de certa forma, outra vez a deturpação que fiz na minha mente da frase de Nassin Taleb, chegar-se à estratégia de um lado do limite, pode não ser igual a chegar-se do outro lado do limite.

Sem comentários: