quarta-feira, janeiro 08, 2014

Curiosidades acerca dos estaleiros de Viana e dos sem-espinha

Curioso!
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Curioso, relacionar esta conversa:
"Os Estaleiros "têm sido quase o centro de emprego de Viana do Castelo, onde temos um quadro de pessoal excedentário e desadequado""
Com esta exigência, do tempo em que o governo ainda pensava vender os estaleiros:
"O Governo quer vender a totalidade dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), sendo uma parte reservada aos trabalhadores. O restante será para um accionista de referência que tem de cumprir um conjunto de condições, nomeadamente a maximização dos actuais postos de trabalho." 
Curioso relacionar a conversa lá de cima e o título do artigo "Estaleiros "têm sido quase o centro de emprego de Viana do Castelo"" com os comentários feitos por este engenheiro anónimo de província em Julho de 2011 aqui:
"Pelo que li e ouvi os ENVC querem cortar 380 trabalhadores, ou seja, os ENVC terão cerca de 760 trabalhadores...
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Todas as empresas de média e grande dimensão que conheço, na área da metalomecânica não têm esta política de ter toda a mão de obra a seu cargo. Vendem produtos que têm um ciclo de venda muito longo, tendo toda a mão de obra a seu cargo, qualquer proposta que façam vai ter de pagar os salários dos trabalhadores parados e a laborar, logo, vai ser muito pouco competitiva. Depois, porque tem muitos trabalhadores vai ter tendência a procurar os trabalhos que dêem trabalho aos seus trabalhadores, precisamente aqueles projectos onde têm menos hipóteses de serem competitivos.
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Qualquer empresa de metalomecânica com uma gestão com 2 dedos de testa, e temos muitas graças a Deus - as exportações de metalomecânica não automóvel cresceram estratosfericamente nos primeiros 4 meses do ano - começou a fazer, há mais de uma década o que as gestões dos ENVC nunca fizeram. Ter os craques especialistas no quadro (Moi ici: Comparar com o texto do artigo "há ali boas competências, mas muita ineficiência") e subcontratar a produção bruta a pequenas empresas que podem fazer muita coisa e que, por isso, raramente estão paradas, podendo praticar preços muito mais competitivos."
BTW, as palavras do administrador responsável pelo pelouro dos recursos humanos, Jorge Moreira de Pinho são um autêntico hino ao pior que se pode esperar de termos empresas na mão do Estado e, termos comissários políticos sem espinha, capazes de bater o pé e ter opinião.
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Depois de ter dito e reconhecido:
"Os Estaleiros "têm sido quase o centro de emprego de Viana do Castelo, onde temos um quadro de pessoal excedentário e desadequado""
Tem a coragem de dizer:
"Se o nosso accionista tivesse definido que o futuro seria para manter o máximo de empregos o conselho de administração seguiria esse desígnio"."
E pensar no futuro da empresa? E defender o futuro da empresa contra a ignorância dos governos e e o egoísmo natural dos trabalhadores, que querem manter postos de trabalho já não justificáveis economicamente?
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E, se se declara tão subserviente perante a vontade do accionista, como é que logo a seguir, repete o meu comentário de 2011 e diz:
"Para Moreira Pinho, o problema tem sido a existência de "uma má gestão de recursos humanos", concordando, assim, com a intervenção de uma das deputadas presentes na comissão. "Esta empresa precisa de uma mudança de liderança muito grande. Não é possível gerir uma empresa industrial com modelos de negócio dos anos 60 e o nosso objetivo era mudar esse modelo", se não se tivesse avançado para a venda à Martifer."
Ou seja, no seu íntimo reconhece que o quadro de pessoal era desadequado mas, para manter o emprego, estava disposto a seguir as ordens do governo.
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E, no final:
"Aliás, de acordo com Moreira Pinho, essa mudança deveria ter ocorrido muito antes.  "O modelo de governance que temos é desaquado, mas ao longo dos anos anos todas as administrações apresentaram este modelo e não sabemos porquê", reparou.
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"Não sabemos explicar" ou "Não sabemos porquê" é uma das expressões que mais se têm ouvido, sobre as razões que levaram os Estaleiros de Viana à chegar um passivo de 299 milhões de euros em 2012, ou seja, falência técnica."
Este anónimo engenheiro de província sabe explicar, basta ver os critérios de avaliação do desempenho pelos quais eram avaliados os administradores dos estaleiros, os critérios usados para as suas escolhas...

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