quinta-feira, dezembro 05, 2013

O que é importante é trabalhar para a estatística dos níveis de qualificação

Ás vezes encontram-se relatos que permitem vislumbrar a teia de enganos em que a formação profissional está metida. Não admira que ela esteja tão mal vista e com uma imagem tão degradada. Este texto é impressionante "Licenciados impedidos de fazer cursos técnicos" e mostra a verdadeira fantochada de muita formação profissional. Pena que gente interessada veja as suas pernas a serem cortadas por regras burocráticas absurdas:
"Os licenciados desempregados que querem fazer cursos técnicos como cabeleireiro, restauro ou agricultura esbarram nas regras do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que os impedem de frequentar formações de nível inferior às suas habilitações. Mudar de vida parece não ser uma opção.
Apesar de o Estado gastar milhões em acções de formação - este ano estão orçados 460 milhões de euros, para desempregados e activos -, muitos queixam-se de frequentar cursos inúteis e serem impedidos de fazer as formações que desejam.
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Fonte oficial do IEFP esclarece que “as acções de formação de nível 2 e de nível 4 são dirigidas a candidatos detentores de habilitações inferiores ao 9.º ou ao 12.º ano, respectivamente”, sendo que “os desempregados licenciados já são, para todos os efeitos, detentores de uma qualificação de nível 6”. Daí que as soluções que lhes são apresentadas “centram-se noutras ofertas mais ajustadas ao seu perfil”. (Moi ici: Grande parvoíce, os burocratas só pensam nos níveis e mais níveis, não percebem que há gente interessada genuinamente em fazer um curso, não por ser obrigada para poder continuar a receber o subsídio, mas para mudar de vida???!!!)
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“Um dos cursos que me propuseram foi de Gestão de Stress. Faz algum sentido? Como é que isso me vai ajudar a encontrar emprego?” - pergunta Clara, que está inscrita no centro de emprego desde Janeiro, mas só em Outubro foi chamada para fazer formação. Perante as opções que lhe deram, escolheu Inglês para Atendimento: “Como são 25 horas, duvido que vá aprender alguma coisa, mas sempre é melhor que Gestão de Stress”. Nas aulas, encontra gente desmotivada, forçada a estar em cursos que não sente como mais-valia. “É uma espécie de ATL para adultos”.
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“Estes cursos são uma ficção paga por todos nós”, resume Luís Bento, lembrando que só entre 1989 e 1990 gastaram-se “mil milhões de contos” em formação profissional. “Nesses dez anos, não deixámos de ser o país da UE com mais baixas qualificações”.
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O especialista defende que Portugal deveria optar por um modelo de cheque-ensino para a formação profissional. “É mais eficaz e mais barato, porque cada um pode escolher a formação que considera mais adequada”.(Moi ici: Mas isso iria acabar com muitos esquemas de obtenção de dinheiro fácil em que os clientes não são os formandos potenciais e os seus potenciais empregadores mas os burocratas)"

1 comentário:

Zé de Fare disse...

temos os mais qualificados a quererem mudar de vida como você diz mas temos uma multidão de gente sem qualificações... as qualificações em portugal são ainda muito baixas.