"Introdução de contexto: encerramento de 2.700 empresas e despedimento de 23 mil trabalhadores, no ano passado, uma subida de 1,9% de vendas este semestre face ao período homólogo, sendo que 2012 foi o pior ano dos últimos 27 anos para o sector automóvel. E a produção nas fábricas portuguesas a regredir 13,1% até Junho.Como podemos ter futuro com estes trambolhos nos partidos, habituados a viver do dinheiro dos contribuintes como se não houvesse amanhã? Como querem evitar um 2º resgate? Gostava de ver um modelo, com os fluxos do dinheiro bem descritos, que me mostrasse a rentabilidade do dinheiro dos contribuintes que vai ser torrado em mais uma brincadeira de "quem faz xixi até mais longe".
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Todos estes dados levam a que PS, PSD, PP e PCP, após a petição da associação do sector em Abril, venham agora propor um conjunto de dez medidas ao Governo para ajudar a reanimar esta actividade económica"
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É nestas alturas que apetece baixar os braços e desistir deste país.
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Rita Mcgrath em "The End of Competitive Advantage" dedica o capitulo VI ao tema "The Leadership and Mind-Set of Companies Facing Transient Advantages", enquanto o lia pensei tantas vezes nos políticos deste país, ainda embalados, ainda embebidos na cultura que nos trouxe até aqui. E nós, que os elegemos e toleramos, merecemos tudo o que nos vai acontecer.
Trecho retirado de "Partidos querem que o Governo crie linhas de crédito para o sector automóvel"
25 comentários:
Como vê, por mais que corte na função pública, o dinheiro será ainda mais mal gasto, entregue de forma indiscriminada para subsidiar sectores privados que têm a influência suficiente. Seria bem mais inteligente assegurar pelo menos serviços públicos de qualidade a toda a população.
Por outro lado não deixa de ser reveladora a facilidade com que César das Neves trata os conceitos de justiça e necessidade: conceitos "abstractos" que aparentemente não devem ser usados na prática. Seria normal, não fosse o facto de César das Neves se apresentar como católico e o conceito de Justiça ser absolutamente central na Doutrina Social da Igreja!
Finalmente, enquanto a única alternativa aos gastos irracionais do estado forem os cortes irracionais do estado, não sairemos disto. Pode ser que algum dia algumas pessoas percebam que o estado faz parte das sociedades modernas, tal como as grandes empresas, e que nenhum mecanismo abstracto é substituto para a ética humana.
O problema de certas ideologias de "mercado" é que nem reconhecem que essa palavra existe e faz a diferença.
Para os nossos políticos, o que interessa á alimentar artificialmente a procura, não se interessando se este incentivo cria ou não maior competitividade das empresas - na maioria dos casos até diminui, uma vez que as inibe de procurarem novas soluções. Depois de saírem do governo, mesmo que as empresas fiquem menos competitivas e que os incentivos deixem de ser possíveis (os credores não são burros e há sempre uma altura em que nos deixarão de emprestar se verificarem que não temos emenda), quem vier atrás que feche a porta.
Há outros que não querem alimentar a procura à custa do financimento às empresas, mas à custa do aumento do poder de compra dos funcioários públicos.
Tanto numa como na outra estratégia, o objetivo é sempre o mesmo: sacar mais algum aos contribuintes para alimentar os seus interesses.
Caro João Pinto, já reparou que para os credores avaliarem a capacidade de um país pagar o rácio dívida/PIB é decisivo? E que se reduzir o PIB o rácio aumenta mesmo que não mexa na dívida? E já reparou que as estimativas do Banco de Portugal quanto ao multiplicador da despesa pública indicam que os cortes podem deixar o défice na mesma e o rácio dívida/PIB muito pior, além de um país com muito mais desemprego e instabilidade social?
É que governar um país não é a mesma coisa que usar uma teoria microeconómica para discutir a competitividade das empresas.
A estratégia dos cortes é como uma empresa em dificuldades ir cortando as suas despesas de funcionamento até ser incapaz de funcionar. Acha que os credores de tal empresa terão muita sorte na recuperação dos seus créditos?
Os credores não têm moral, não querem saber se temos emenda ou não, mas não são parvos e sabem que economias paradas e países em graves dificuldades sociais não conseguem pagar dívidas muito maiores do que o seu PIB.
"Caro João Pinto, já reparou que para os credores avaliarem a capacidade de um país pagar o rácio dívida/PIB é decisivo? E que se reduzir o PIB o rácio aumenta mesmo que não mexa na dívida?",
Carlos Aluquerque, concordo totalmente consigo. Já reparou que se Portugal nos últimos anos não tivesse aumentado a dívida muitíssimo acima do aumento do PIB, o rácio atual nunca atingiria sequer os 60%?
Já reparou que o aumento da dívida advém do aumento de despesa?
Não sei se já reparou que os que nos emprestam já não nos querem emprestar porque gastamos demais (despesa cresceu muitíssimo acima do crescimento do PIB, que levou a um crescimento da dívida muitíssimo acima do crescimento do PIB) durante as últimas décadas?
O Carlos Albuquerque e os portugueses deviam ter pensado nesse raciocínio durante as últimas décadas. Talvez se lembrassem de não impementar ou defender subidas da despesa muito acima dos aumentos do PIB.
Caro João Pinto,
Até estou descansado pois há já uns bons anos que tenho estado bastante activo contra investimentos públicos feitos para torrar dinheiro.
O que o João Pinto não parece perceber é que não se está a discutir o que deveria ter sido feito mas sim o que deve ser feito agora. E agora é que o multiplicador da despesa pública está em 2. Portanto reduzir agora a despesa do estado pode ser bastante estúpido. Isso não significa aumentar a despesa mas apenas manter o que está. Claro que isso vai precisar da boa vontade externa. Mas eles também não vão querer deitar a perder o que foi feito até aqui.
Mais treta socialista
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=3336901
Não é treta socialista, são os partidos da coligação a cuidar da sua base de apoio.
Pois. Realmente outra alternativa é declarar já o default. Nesse caso quanto mais cedo melhor.
http://www.dinheirovivo.pt/Emprego/Artigo/CIECO207636.html
Por um lado "só se podem candidatar trabalhadores que já tenham um contrato de trabalho com o Estado".
Por outro lado nos serviços do estado as aposentações continuam e se não houver reposição os serviços simplesmente param.
Infelizmente há quem encha a boca com a "reforma do estado" mas seja incapaz de sugerir qualquer medida que não seja cortar cegamente. Não parece uma gestão muito inteligente.
"Até estou descansado pois há já uns bons anos que tenho estado bastante activo contra investimentos públicos feitos para torrar dinheiro.
O que o João Pinto não parece perceber é que não se está a discutir o que deveria ter sido feito mas sim o que deve ser feito agora. E agora é que o multiplicador da despesa pública está em 2. Portanto reduzir agora a despesa do estado pode ser bastante estúpido. Isso não significa aumentar a despesa mas apenas manter o que está. Claro que isso vai precisar da boa vontade externa. Mas eles também não vão querer deitar a perder o que foi feito até aqui."
Carlos Albuquerque,
Se cometemos erros e gastamos de mais, penso que seguir o mesmo caminho (gastar o mesmo) não é solução..
Boa vontade externa? Ainda mais? O Carlos sabe que Portugal, com o empréstimo da troica, está a usufruir da taxa de juro mais baixa em democracia? Ou seja, desde o 25 de abril que Portugal não se financia a 3,2%. Ainda quer mais boa vontade? Não seria melhor sermos nós agora a ter boa vontade e reduzir a dívida? Ainda quer que aumentemos mais? Mas então fala em renegociar a dívida (não pagar) e ao mesmo tempo pede boa vontade para nos emprestem mais dinheiro?
Se eu lhe disser que não lhe pago mais um tostão, o Carlos empresta-lhe 20 000€?
Está a falar de boa vontade; mas é com ameaças que lhe pedimos boa vontade? Não será melhor nós mostrarmos que merecemos essa boa vontade e que eles podem confiar em nós?
Caro João Pinto,
Vamos seguir o seu caminho. Para reduzir a dívida precisa de começar por défice zero. Só que para o défice ser efectivamente zero não basta reduzir as despesas no equivalente ao último défice. Tem que reduzir as despesas de modo que incluam também a redução das receitas provocada pela própria redução das despesas. Ou seja, um corte de 4700 milhões não chega. Tem que ser mais. Muito mais. Quanto? Diga-me o João Pinto. Certamente será capaz de fazer melhor do que Vitor Gaspar, que nunca acertou nestas contas. Uma maneira de obter défice zero é reduzir as despesas a zero. Mas com despesas a zero não há receitas. Mas sem receitas não há pagamento de dívida. Ou seja, se a bicicleta abrandar muito, cai. Se o gordo deixar de comer de todo não emagrece, morre.
Em resumo, se não asfixiar a economia, ainda há alguma hipótese de pagar a dívida. Se tentar reduzir imediatamente o défice não paga dívida nenhuma.
Até os credores percebem isso. Não é um problema de ameaças, é uma questão de aritmética e de dinâmica da economia e das finanças públicas.
Eu não falei em renegociar a dívida neste contexto. Renegociar a dívida é o caminho inevitável se seguirmos a espiral de ir sempre atrás de défices menores em percentagem do PIB. Os mortos não trabalham nem pagam dívidas.
E ainda nem sequer comecei a falar da questão social. Nunca deve esquecer que quem já não tem nada, não tem nada a perder. E não há economia que cresça e pague dívidas quando há instabilidade. Veja o que aconteceu na Grécia: os credores recuperaram o seu dinheiro? Queremos seguir o caminho dos gregos?
http://economico.sapo.pt/noticias/o-regime-esta-doente_174014.html
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO207201.html?page=1
Bom dia, Carlos Albuquerque,
Vamos continuar com o mesmo raciocínio.
As contas são fáceis de fazer: a diferença entre as receitas e despesas é de aproximadamente 10 000 000 000€. Temos de ajustar este valor, seja através da redução de despesas ou aumento das receitas (ou um mix).
Relativamente ao modo como lá chegamos, também concordo consigo: há muita gente que tem como ganhar menos e/ou pagar mais de impostos. Por isso mesmo é que me custa ver estivadores que chegam a ganhar 5000€ a fazer greve; por isso é que me custa ver enfermeiros e professores protestar contra 40 horas de trabalho quando os funcionários privados há muito que trabalham 40 horas e ganham muito menos; por isso é que me custa ver médicos a protestar. Não vejo os tais empregados das empresas têxteis a protestar - esses ganham apenas 400 ou 500 euros limpos, trabalham 40 horas e não podem suportar aquelas gorduras. Dito isto, onde é que acha que se deve mexer? Nos ordenados e carga horária dos médicos, dos professores e dos enfermeiros, ou nos salários do funcionário da empresa têxtil, que trabalha 40 horas e ganha uns meros 500 euros?
Relativamente à Grécia, eu não queria seguir o mesmo caminho. Para isso, não podemos deixar que os mesmos que boicotam as medidas lá o façam aqui. Não sei se me fiz entender....
Caro João Pinto, mas porque é que só se lembra dos rendimentos de trabalho e em particular dos que vão até aos médicos e professores?
E quais são as gorduras que os trabalhadores que ganham 500 euros não podem suportar?
Chama gorduras ao sistema de saúde que os trata a eles e às famílias?
Chama gorduras ao sistema educativo que pode fazer com que os filhos deles ganhem mais de 500 euros?
E não chama gorduras ao salário de 50000 euros de Eduardo Catroga? Não chama gorduras aos lucros que os bancos continuam a fazer à custa da dívida portuguesa? Não chama gorduras aos contratos das PPPs?
É que o acordo com a troika previa redução das rendas das PPPs, redução do preço da energia, das telecomunicações, do número de câmaras municipais. E essas reformas foram boicotadas. Veja o que aconteceu ao secretário de estado que mexeu com a EDP. E agora ao ministro que o tutelava.
Há realmente gorduras que Portugal não pode suportar.
Boa noite, Carlos Albuquerque,
O que eu lhe queria dizer com o homem que ganha 500€ é que é preferível cortar aos professores ou médicos que ganham 3000€ ou 4000€ do que obrigar Sr. que ganha 500€ a pagar impostos para pagar os seus salários exorbitantes. Se reparar, era este o ponto que queria focar, os que protestam são os que ganham alguns milhares mensais.
Relativamente ao Catroga, não sei se ele recebe do Estado; se recebe do Estado esse valor que advoga é completamente incompreensível - mas há muitos mais, estes dependentes do Estado (Ex: Mário Soares); no que concerne às PPP concordo perfeitamente consigo (os políticos que as fizeram deveriam responder em tribunal; já viu alguma manifestação a favor disto?).
Relativamente ao acordo com a troica, que os 3 partidos concertaram, sei que era suposto 2/3 dos cortes virem do lado da despesa; mas não é isso que acontece. Os lobies não deixam.
Relativamente ao secretário de estado que se dimitiu (ou foi demitido) e ao respetivo ministro, concordo perfeitamente consigo. Eu, ao contrário de muitos que sempre criticaram o ministro e agora o defendem, sempre defendi o Álvaro Santos Pereira. . há muita gente que muda muitas vezes de camisa e só o defende agora....
Nós podemos tentar desviar as conversas falando de PPP e de BPN (foi um crime e deve ser severamente punido), mas não podemos dizer que se não houvesse aquelas trafulhices as nossas contas estavam equilibradas....o défice das nossas contas corresponde a dois ou três BPN todos os anos...
Caro João Pinto,
Talvez seja preciso recordar que quem ganhava 3000€ ou 4000€ mensai já teve cortes de 10% nos salários, que quem ganha 500€ não teve. E muito mais IRS. Ou seja, já contribui para a redução do défice muitíssimo mais do que quem ganha 500€.
Depois se seguir esta linha de pensamento imagino que resolveria o défice pagando 500€ a toda a gente que trabalha no estado. Mais simples ainda é fechar todos os serviços públicos. É uma ideia muito cara a algumas pessoas mas suspeito que o efeito no PIB, no défice e na dívida seria inverso do pretendido.
Finalmente se tirasse o grosso das trafulhices não eliminava o défice mas deixava o país com uma dívida sustentável.
Com uma dívida sustentável não há necessidade de reduzir o défice a zero, sobretudo numa fase de estagnação económica na Europa.
Por isso, se quer ir pela via da justiça, antes de querer ainda mais cortes a quem vive do seu trabalho e já sofreu cortes brutais, tem que começar por reverter todas as trafulhices.
Boa noite, Carlos Albuquerque,
Não deve haver quem pugne mais que seja feita justiça no BPN e nos outras trafulhices do que eu. Aliás, nunca fui a uma manifestação, mas estarei na frente da batalha se houver alguém que queira fazer uma manifestação que tenha como objetivo pedir esclarecimentos e a quem andou a bricar com o nosso dinheiro, seja no BPN ou nas PPP. No entanto, a apesar disto, é totalmente mentira quando o Carlos diz que a dívida ficaria sustentável sem aquelas trafulhices. Não engane as pessoas. 75% ou 80% da nossa despesa pública está relacionada com salários e despesas sociais. As receitas fiscais vão quase na totalidades para estas rubricas... Precisamos de reduzir despesa...
Relativamente aos cortes que as pessoas que já ganham 4000e ou 5000€ já foram alvo, se não há dinheiro e se estes ordenados continuam a ser demasiado elevados para Portugal, têm de se cortar... atenção, que eu não estou a dizer que conseguimos equilibrar as contas com apenas os cortes nos valores mais altos...
Caro João Pinto,
Mantendo fixo o número de funcionários e mantendo fixo o salário, os ordenados são elevados, normais ou baixos para o orçamento de estado em função do PIB. PIB elevado, ordenados sustentáveis. PIB em queda, ordenados pesados. Curiosamente quanto mais corta nos salários mais o PIB tomba e além de não resolver o défice torna a dívida insustentável.
Se seguirmos o seu método de ir reduzindo salários acompanhando a espiral recessiva acabamos com um PIB a tender para zero e não pagamos a dívida.
Os salários em Portugal já são baixos em termos europeus. Não resolveremos nada aproximando-nos mais dos países subdesenvolvidos. Nem sequer pagaremos a dívida.
Continuar após dois anos a acreditar que com mais cortes é que o país é sustentável é fechar os olhos à realidade. Já nem o Banco de Portugal nem o FMI acreditam nisso.
A austeridade continua a fustigar forte e feio o CUCO
http://oinsurgente.org/2013/07/24/austeridade-3/
Caro Carlos Albuquerque,
Tem toda a razão. Se os salários e o número de funcionários se mantiver, a sua relação será tanto maior quanto menor for o PIB. O probleme é que a economia (o PIB) não cresce por decreto. Se crescesse, dado o montante investido por Portugal nas últimas décadas, estaríamos a crescer a dois dígitos.. Já vimos que não é por aí que a economia cresce. têm de ser a empresas a puxar pelo PIB.
A estrutura de uma economia não se altera de um mês para o outro; ela está em mudança, basta olhar para as exportações mas isso leva o seu tempo.
Quanto ao investimento e despesas públicas que defende, não sei qual é parte do "não há dinheiro" que não percebe.
Relativamente aos salários, até tem razão mais uma vez: temos salários baixos, mas continuamos a ter a maior diferença de salários entre os que ganham 500€ e os outros. Esta diferença é muito maior nos funcionários vindo do Estado, o tal que está falido e que não tem quem lhe empreste dinheiro.
Acho que é normal o Carlos e outros terem ideias diferentes das minhas, mas numa altura destas deveriam começar por dizer onde é vamos buscar dinheiro para sustentar o que defendem e acredite que já não se lembrava de avançar com essas medidas de crescimento. .. Dizer que os outros têm de nos emprestar à força não vale como desculpa; a Grécia optou por esse caminho e não só não tem mais dinheiro como tem a maior descida do PIB de que há memória.
Caro João Pinto,
As projecções relativas ao PIB, se não houver cortes, são de crescimento claro para 2014. Se houver cortes o mais provável é haver recessão e défice igualmente elevado.
O PIB não cresce por decreto mas decresce por decreto. Como se tem visto.
Se ler o que escrevi aqui verá que não defendo novas despesas do estado. Apenas manter as deste ano. Não defendo sequer novo investimento público. Manter o país a funcionar já é um bom objectivo.
As partes do "não há dinheiro" que não percebo são muitas. Continua a haver dinheiro para as PPPs e até para acudir ao Banif. Mesmo em termos das metas da troika:
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/financas_publicas/detalhe/afinal_havia_mesmo_margem_para_pagar_subsidios_em_junho.html
"Esta diferença é muito maior nos funcionários vindo do Estado"
Esta frase desconhece todos os dados e estudos que vieram a público sobre o assunto. No estado os cargos mais qualificados são pagos abaixo do privado e os menos qualificados acima do privado. Por isso a desigualdade é menor no estado. E depois dos cortes a tendência acentuou-se ainda mais!
Quanto ao dinheiro, os nossos parceiros estarão disponíveis para o emprestar desde que tenhamos sensatez no modo de o usar. Isto porque a espiral recessiva não convém a ninguém:
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/uniao_europeia/zona_euro/detalhe/fmi_alerta_para_elevado_risco_de_estagnacao_na_periferia_do_euro.html
Carlos,
Continua a distorcer a questão.. O vídeo do FMI que apresenta não diz em lado nenhum que haverá flexibilização para Portugal. Trata-se de uma opinião de um Sr, daquela entidade.. ainda relativamente a este tema, veja que eles (governo, oposição, comissão europeia, etc.) até querem o FMI deixe de fazer parte da troica...
Relativamente ao manter a despesa, você não vê em que situação está a Grécia; você não vê que eles ficarem reticentes na 7.ª avaliação por causa de não termos cortado a despesa; você não vê que eles nos exigiram um plano de corte na despesa...
Relativamente ao outro link que deixou não vejo o que é que tem a ver com o Banif e as PPP, mas já lhe disse que irei a uma manifestação em que os portugueses peçam a criminalização dos que fizeram as PPP.. concorda com a criminalização destes políticos? Eu concordo.
No que diz respeito ao banif e aos outros bancos (exceto o BPN, que é um caso de corrupção), o dinheiro veio da troica e tinha esse fim, mas a taxa de juro cobrada pelo Estado nesses empréstimos anda à volta das 10%, uma taxa muito elevada em que o Estado ganha dinheiro com isso; recebe da troica a 3,2% e empresta a 10%. É preciso dizer toda a verdade, senão o Carlos vem com a história do dinheiro dos bancos e fica por dizer que a taxa que eles vão pagar é elevadíssima (eu não estou a criticar esta taxa, mas apenas a contactar um facto).
Os bancos pagam uma taxa elevadíssima enquanto pagarem. Se forem à falência é o estado que perde. E entretanto os empréstimos aos bancos aparecem nas contas do estado como dívida pública.
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