"ouvi Nelson Souza até ao fim, técnico q conheço há muitos anos, e ele não disse isto bit.ly/13DbNc0 @JNegocios corrijam por favor!!"O título do artigo do Jornal de Negócios era:
Ao final do dia lá confirmei que tinham corrigido o título (reparem no url da página):
Entretanto, comecei a associar o título inicial a um acto falhado... imaginei a quantidade de negócios baseados em crédito fácil que desapareceram e que agora sonham com o regresso ao passado.
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E, como escreve César das Neves em "As 10 questões da recuperação":
"Perante a crise, multiplicam-se os pedidos de mais despesa pública, novas regulamentações, rendas acrescidas. Precisamente porque se vivem tempos difíceis, a tentação de estatismo cresce. É precisamente quando se faz dieta que a fome mais aperta."Parece que há uma vontade cada vez maior de injectar dinheiro a todo o custo na economia... faz lembrar o Nabo.
4 comentários:
boas de novo!
em relação a esta temática, discordo um pouco de si.
a questão do financiamento é absolutamente crucial. o que está a acontecer neste momento é que quem sobrevive não é quem tem melhor estratégia, ou quem está melhor apetrechado em termos tecnológicos, ou o que quer que seja. quem sobrevive é quem tem capital para comprar matéria prima a bom preço e consegue aguentar os prazos de recebimento.
conheço casos concretos de empresas com know-how, que exportavam cerca de 80% da facturação, com um produto de qualidade cerca de 25% mais barato que a maior parte da concorrência nos mercados de interesse, e que fechou porque simplesmente não havia financiamento. chegaram ao extremo de ter um cliente internacional que pagava 80% aquanda da encomenda, mas que exigia uma garantia bancária, desde que não de um banco português e não se arranjou! isto é inacreditável!
aliás, existe uma evidência estatistica que após uma insolvência com plano de recuperação, mais de 90% das empresas acabam de fechar num prazo de 5 anos. e a meu ver, a principal razão para o fecho não é tantas vezes estratégica ou de falta de gestão (apesar de isso acontecer também muitas vezes), mas de falta de financiamento. a partir do momento em que o plano de recuperação é aprovado, os bancos retiram os apoios, e é assistir a uma morte lenta da empresa.
por exemplo, quando refere o exemplo da industria têxtil, e da sua reconversão. se analisarmos bem, a principal razão porque muitas das principais texteis resistiram, foi essencialmente porque os accionistas tinham acumulado capital ao longo de mais de 30 anos, e tinham uma reputação local que não queriam beliscar.
por exemplo, se a Riopele não tivesse o capital que acumulou durante décadas, teria caído em 2008/2009. se existisse uma empresa nas mesmas condições, criada há cerca de 3 ou 4 anos, teria caído. e agora vemos a Riopele a exportar para Chinas e afins.
como tal,a questão do financiamento é crucial. sem financiamento, o que distingue uma empresa de outra, muitas vezes, não é a capacidade ou o que quer que seja, mas sim a disponibilidade de capital.
aliás, não deixa de ser curioso. uma vez a falar com alguém que também conhece muitas empresas, referiu exactamente isto. quem sobreviveu melhor à crise foi quem tinha uma gestão "mão de ferro", muito tradicionalista, que não investiu demasiado em equipamentos, que nunca se misturou muito com a banca.
para terminar este tema, em relação ao "despejar dinheiro na economia", muitas empresas que estão agora a exportar e crescer, foram empresas que aproveitaram apoios significativos dados na altura pelo governo para não deixar cair o sector.
por exemplo, as empresas de têxteis lar (que até aumentaram uma vez mais as exportações em Janeiro) levaram apoios significativos para não deixar cair tudo. aliás, 3 das maiores estão debaixo de um fundo de recuperação por algum motivo.
por exemplo, em relação ao sector dos materiais de construção. tenho ideia que os próximos anos podem vir a ser risonhos, essencialmente devido a planos de investimento brutais que estão a ser feitos no Magreb. além disso, existe ainda potencial na exportação de arquitectos, que muitas vezes prescrevem materiais portugueses. contudo, se não houver algum tipo de apoio para aguentarem esta fase, podem simplesmente acabar e é algo que não volta.
referiu algures o caso da Valadares. a Valadares era uma empresa obsoleta tecnologicamente, com um passivo monstruoso. mas que se estivesse hoje a trabalhar, o que não lhe faltaria seriam encomendas. aliás, aquando do seu fecho, tinham uma encomenda de dezenas de milhões de euros aprovada, mas não tinham capacidade para comprar as matérias primas.e com o fecho da Valadares não vai surgir mais nenhuma ao lado, porque simplesmente ninguém, neste momento, tem uns 15 milhões de euros para investir numa cerâmica.
outro exemplo é o da Cifial, que ficou muito conhecida por fornecer a Casa Branca. o problema da Cifial, curiosamente, não foi o boom do imobiliário em Portugal. foi sim o boom do imobiliário nos USA. foi recentemente adquirida por um fundo de recuperação, e concordo. é uma empresa com know-how, nome, reputação, qualidade, que precisa apenas de ajuda nesta fase.
é por isso qu existir algum investimento, por exemplo, na recuperação dos centros históricos, até concordo. é ir fazendo o "desmame" do mercado nacional, porque ninguém consegue, do nada, ir buscar 70% das vendas no mercado internacional.
um bem haja!
Em relação ao capita acumulado e ao dinheiro para investir:
http://balancedscorecard.blogspot.pt/2012/07/survivors.html
concordo com o que diz, e para quem inicia algo, estou absolutamente de acordo.
para quem já tem uma máquina montada e fez um investimento em 2007/2008/2009, só o dinheiro dos pais não dá.
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