sábado, setembro 24, 2011

Em defesa do livre comércio

Confesso que a carta nacionalista ou a carta proteccionista não faz parte do meu baralho.
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Não gosto das promoções do tipo "Compre o que é português!"
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Como cliente quero ser bem servido. Compro não para ajudar a economia nacional mas para suprir as minhas necessidades e alimentar as experiências de vida que aprecio.
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Até porque não percebo como as pessoas podem à segunda-feira ir para a rua dizer com convicção "Compre o que é português!" e, à terça-feira irem a uma feira na Alemanha ou em Espanha para tentar convencer os estrangeiros a comprar produtos portugueses, sem calçar os sapatos do outro... o outro também pode, no seu país, estar sujeito a campanhas "Compre o que é nacional, compre "Made in France" ou "Made in Germany".
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Por isso, achei e continuo a achar esta mensagem da Rádio Popular absurda.
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Não ia comentar esta afirmação "Cavaco apela ao consumo de produtos nacionais"... nem vou comentar. Deixo apenas que este artigo de Matt Ridley "The Ancient Cloud" o faça por mim:
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"And the reason we won the war against the Neanderthals, if war it was, is staring us in the face, though it remains almost completely unrecognized among anthropologists: We exchanged. At one site in the Caucasus there are Neanderthal and modern remains within a few miles of each other, both from around 30,000 years ago. The Neanderthal tools are all made from local materials. The moderns' tools are made from chert and jasper, some of which originated many miles away. That means trade.
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Evidence from recent Australian artifacts shows that long-distance movement of objects is a telltale sign of trade, not migration. We Africans have been doing this since at least 120,000 years ago. That's the date of beads made from marine shells found a hundred miles inland in Algeria. Trade is 10 times as old as agriculture.
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At first it was a peculiarity of us Africans. It gave us the edge over Neanderthals in their own continent and their own climate, because good ideas can spread through trade. New weapons, new foods, new crafts, new ornaments, new tools. Suddenly you are no longer relying on the inventiveness of your own tribe or the capacity of your own territory. You are drawing upon ideas that occurred to anybody anywhere anytime within your trading network."

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