segunda-feira, julho 25, 2011

Ainda há quem levante a voz contra a impressão de bentos

Felizmente ainda há vozes no mainstream que estão contra a impressão de bentos:
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"Um dos grandes factores de diferenciação desta crise é que não temos política monetária. Até que ponto é que isto pode afectar a economia real?
Claro que afecta e afecta para o bem e para o mal. Tem vantagens e tem inconvenientes. O inconveniente é uma inflexibilidade; a vantagem é evitarmos a tentação de fingir que resolvemos o problema porque é preciso perceber que a possibilidade de desvalorização é uma maneira excelente de aldrabar os trabalhadores. De fingir que se ajustou e as empresas conseguem de repente ter sucesso, ganham competitividade sem fazer nenhuma reforma. Isso é o pior veneno que pode acontecer.
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Um país que tem possibilidade de desvalorização e que actua perante essa ameaça com uma desvalorização vai ter um alívio imediato mas não faz nenhuma reestruturação, não resolve nenhum problema. E daí a uns tempos esse alívio, que fez com que a economia tivesse crescido, volta ao normal e o que é que é preciso fazer? Outra desvalorização. (Moi ici: Exactamente os argumentos que avançamos aqui em "Paralelismos (Parte II)" e aqui "Ainda a propósito de quelques moutons noirs")

É um make-up?
É isso mesmo. Desvalorização é dizer isto: eu agora dou-te o mesmo dinheiro mas esse dinheiro não vale o que valia. Para quem recebe é uma aldrabice. É só isso não é mais nada. A desvalorização não resolve nada. Simplesmente mascara, finge que estamos a pagar. É uma maneira tradicionalmente utilizada pelos Governos para resolver esse problema."
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Depois, César das Neves dá uma resposta lapidar que é tão rara neste país de mentalidade socialista sempre a correr atrás da protecção pedo-mafiosa do papá-Estado.
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"Como é que as empresas podem ganhar competitividade neste momento?
A única maneira segura de ganhar competitividade é ter olho para o negócio; é encontrar novas perspectivas, é mudar as tecnologias, é fazer cortes.
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E há uma enorme quantidade de empresas que fazem muita coisa e são muito boas. (...) As empresas que existem estão neste momento estranguladas por uma enorme quantidade de medidas públicas mas são resistentes porque conseguiram aguentar coisas que nunca ninguém conseguiu. Se o Estado tirar as mãos um bocadinho do pescoço das empresas, só um bocadinho, podemos começar a ter crescimento económico muito significativo."
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É comparar esta mentalidade, infelizmente minoritária em Portugal, com a mentalidade que ocupa imperialmente a mente dos media, dos políticos, da academia e das empresas do regime:
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"Mais de 700 transportadoras fecharam este ano":
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"Carlos Barroso recordou que, depois da paralisação dos transportadores rodoviários, ocorrida em Março, «chegou a ser publicado um conjunto de medidas de apoio ao sector, no sentido de poder ajudar as empresas e salvaguardar postos de trabalho, mas o sector continua exatamente igual»."
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E ninguém se interroga se não existirá capacidade instalada a mais? E ninguém se interroga se não há estratégias alternativas?

1 comentário:

Jonh disse...

Vi o outro dia o programa "prós e contras", sobre o euro, na rt1, em que participava César das Neves.

Era o único, no meio de todos os convidados, que falava algumas verdades. Os outros, esses, como diz o Carlos, são puros socialistas. Apoio, Estado, estrangulamento fiscal, etc.