terça-feira, julho 01, 2008

Está a começar o peditório...

"Estou plenamente convencido que a nossa economia não conseguirá fazer o profundo ajustamento que necessita, e que se traduz em aumentar drasticamente o peso da produção de bens transaccionáveis na produção total de bens, sem suspender a sua participação no euro."
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João Ferreira do Amaral em "Vivam os irlandeses!" no Jornal de Negócios de hoje.
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Agora imaginem... 6h30 da manhã, acordam, ligam o rádio e recebem de chofre a notícia, Portugal saíu do euro, todos euros que têm na mão continuam a ser euros aceites pelo BCE. Todos os depósitos, todas as dívidas em território nacional já foram convertidos em escudo-II... 1 euro já está a 1.35 escudo-II e com tendência para se agravar a diferença.
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Cuidado com os depósitos em Espanha e Itália: "Itália e talvez a própria Espanha, sem falar da Grécia, poderão apresentar problemas semelhantes"
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Há cerca de um mês levantei esta hipótese em casa de familiares e fui considerado um tótó...
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Não sei se haverá alternativa, mas a acontecer será, também, um exemplo de abaixamento das expectativas... depois, com moeda própria, vamos voltar à boleia da desvalorização progressiva, tão querida a quem não quer investir na subida na cadeia de valor. Great...

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem vistas as coisas, o Norte exportador seria beneficiado e o sul importador deficitário e alavancado com juros crescentes seria prejudicado. À partida eu deveria estar de acordo com a saida do Euro. Mas francamente tenho medo do desconhecido, tenho medo do que Lisboa poderia engendrar para nos tramar... Talvez um imposto especial sobre PMEs exportadoras...
Prefiro manter o Euro. Mas acredito que ele não dura mais de 5 anos em Portugal.
Abraços
JSilva

CCz disse...

Abandonar o euro é o equivalente ao facilitismo nos exames.
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Facilita a vida no curto-prazo, mas nunca permitirá que uma massa crítica abandone o negócio do preço e se dedique à inovação e ao serviço à medida