segunda-feira, junho 25, 2007

Não estamos a falar de amendoins... estamos a dizer que não queremos todos os clientes!!!

Toda a gestão é situacional, ou seja, aquilo que é verdade hoje... amanhã é mentira, amanhã está ultrapassado.

Assim, há que estar atento e perceber quando é o tempo de mudar, quando é que as soluções que resultaram no passado deixam de ser eficazes.

Mas enquanto resultam... temos de as respeitar, temos de as seguir com espírito de zelota.

Assim, foi com interesse que encontrei estas palavras, cheias de determinação. Palavras de alguém que identificou clientes-alvo, que mirou esses clientes-alvo nos olhos, e concentrou, sintonizou, alinhou a organização a que preside, no serviço a esses clientes-alvo. A esses e só a esses!

"A Sónix foi vendida porque estava mal. Em 2006, facturou 5.5 milhões de euros e, como é natural, queremos aumentar esses valores." Para começar, os clientes das pequenas encomendas terão de ir bater a outra porta. "A Sónix tinha 80 clientes nos mercados externos, nomeadamente na Suécia, Holanda, Bélgica e Estados Unidos, e desses interessa-me manter apenas meia dúzia. Os outros pedem quantidades tão pequenas que, em vez de lucros, dão prejuízos", justifica."
...
"Estamos vocacionados para grandes quantidades porque é isso que nos dá rentabilidade e margem para negociar os preços."

A Sr. Dª Conceição Dias pode ter começado como costureira, mas instintivamente, ou não, sabe o que é o conceito de proposta de valor e pratica-o com rigor de zelota!

Parabéns!!!

O Sr. Martins na CIRES, costumava dizer, quando alguém começava a "plissar" e a adiar a tomada de decisões "Deixe-se de pareps" (em empresa de capital japonês fala-se muito inglês, perhaps = pareps).

A Sr. Dª Conceição Dias é tudo menos cheia de "pareps".

A quantos gestores, apesar de um MBA, falta esta concentração e rigor estratégico! Não estamos a falar de amendoins... estamos a dizer que não queremos todos os clientes!!!

A entrevista foi publicada no jornal Público da passada sexta-feira 22 de Junho, no Caderno de Economia.
A jornalista que assina a notícia, Natália Faria, é que deve ter um problema por resolver, dá à entrevista o título "A patroa da têxtil de Barcelos", quando no texto do artigo pode ler-se "e detesta quando alguém lhe cola o rótulo de patroa. "Não me sinto patroa de ninguém, mas colega."

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