segunda-feira, janeiro 16, 2017

Uma visão alternativa

Este texto, "Growth hinges on technology but the fruits must be shared", refere de certo modo uma realidade que já referi aqui no blogue há alguns anos.

Olhemos para a equação da produtividade:
E recordando o recente postal "Uma das minhas missões". Quando no passado a melhoria da produtividade era conseguida sobretudo à custa do denominador, era conseguida em parte importante com a contribuição dos trabalhadores da linha de produção. Assim, era natural que essa contribuição fosse recompensada.

Hoje em dia, quando a produtividade aumenta sobretudo à custa do numerador, por via da criatividade de trabalhadores de colarinho branco, a distribuição dos ganhos da produtividade esquece os trabalhadores da linha de produção que pouco contribuíram para isso. A costureira do Vale do Ave tanto costura panos de cozinha como air-bags.

No limite, com a automatização, as empresas deixam de necessitar de trabalhadores da linha de produção. E é aqui que o resto do artigo se perde...

Perde-se porque faz um raciocínio linear, perde-se porque não prevê a hipótese Mongo. Ainda ontem repetia duas frases que li nos últimos dias:

  • "we’re all laptop corporations if we want to be ... Everything a company can do, a person can do now too. Having a large corporate infrastructure is no longer an advantage"
  • "If you make, you retail (big and small)"
A automatização não dará conta das necessidades de customização em Mongo. Em Mongo voltarão em força os artesãos do passado. A democratização da produção permitirá aos fazedores do futuro serem empresários individuais, verdadeiros artesãos, que viverão do seu empreendedorismo.

O emprego como criação da Revolução Industrial terá tendência a baixar drasticamente. 

No limite, com a automatização, as empresas deixam de necessitar de trabalhadores da linha de produção. E os trabalhadores deixam de necessitar de serem empregados para terem um ganha-pão.

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