quinta-feira, julho 11, 2013

Apesar dos políticos e dos rentistas que temos...

Apesar dos políticos que temos, apesar do Leviatã que temos, os anónimos deste país vão fazendo pela vida:
"Em Maio, as exportações aumentaram 5,6% e as importações diminuíram 3,2%,
...
Face a Abril, as exportações cresceram 3,5%  devido principalmente ao Comércio intra-UE, sobretudo em resultado dos acréscimos registados no calçado e nos veículos e outro material de transporte. As importações aumentaram 0,8%, em reflexo da evolução do comércio intra-UE (em especial devido às máquinas e aparelhos, produtos alimentares e plásticos e borrachas), dado que no Comércio Extra-UE se registou uma diminuição."
Apesar dos políticos que temos, apesar do Leviatã que temos, os anónimos deste país vão fazendo pela vida:
"Economia portuguesa terá interrompido um período de dez trimestres consecutivos de quebra em cadeia do PIB, e terá crescido 0,6% entre Abril e Junho."
Apesar da conversa da treta dos dirigentes das associações patronais e empresariais, reféns da actividade rentista neste país de incumbentes.
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E veremos, dentro de dias, a sexta queda mensal consecutiva no desemprego.
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E tudo isto sem obras grandes a "compor" os números, sem desvalorização da moeda, sem TSU e com o saque "liberal" que o Leviatã continua a fazer.
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Trecho inicial retirado de "Exportações cresceram 5,6% em Maio e as importações caíram 3,2%".
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Trecho final retirado de "Católica estima que economia portuguesa cresceu no segundo trimestre".

BTW, este trecho:
"Em valor absoluto, o registo de Maio (4,26 mil milhões de euros) é o mais elevado de sempre, confirmando que as exportações portuguesas continuam a crescer a bom ritmo,"
Apetece dizer, talvez seja consequência de termos Natal em Dezembro.

4 comentários:

Bruno Fonseca disse...

boas!

ao analisar a evolução das exportações entre Janeiro e Maio, verificamos que o aumento é de 4,1%.
contudo, se excluirmos o factor "combustíveis", o crescimento é de apenas 1,4%! substancialmente diferente!

além disso, existem pelo menos 2 sectores que mantenho algumas ressalvas, na medida em que estão bastante expostos ao mercado angolano, e duvido que esse mercado se mantenha "ad eternum" assim, nomeadamente mobiliário e vinhos.

analisando os dados sectoriais, o grande destaque, a meu ver, é para o segmento plásticos. um crescimento de 10,5% em 2013 é fenomenal! pensar que em 10 anos este sector teve a evolução que teve é absurdo quase. e mantém-se essa pujança, e anunciam-se novos investimentos. fenomenal.

dentro das maiores indústrias do país, destacam-se positivamente as evoluções de papel e cartão (7,5%), móveis (7,3%), bebidas (7,5%), e madeira (6%) e cerâmica (5%).
o têxtil tem uma evolução díspar, com os produtos de malha a crescerem 8,4%, e os não malha a caírem 9,3%. é um sector que está a atravessar momento complicado, a meu ver. cada vez maior a dependência face a Inditex, Cortefiel e El corte Inglés. não se vêm investimentos, só empresas a fechar. e os poucos investimentos, é só na confecção.
negativamente, a queda de 12% no material de transporte e acessórios (principal exportação do país a seguir ao turismo).

outros produtos com evoluções interessantes, apesar de ainda não serem muito representativos, são adubos e fertilizantes (+40%), açucares e produtos de confeitaria (+42%, talvez a ver com o investimento feito em Chaves), produtos hortícolas (16%)e preparação de cerais, leite e produtos pastelaria (+20%) bem como preparados de carne e peixe (+27%).
negativamente, alumínio e suas obras (-11.5%), minérios (-16%), cobre e suas obras (-23%)e claro, pérolas preciosas (-28%), pela evolução do preço do ouro (eram exportações a prazo, não sustentáveis)

CCz disse...

http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/automovel/detalhe/producao_automovel_diminui_menos_do_que_no_pos_crise_de_2008.html

CCz disse...

Bruno, esse comentário dos plásticos pôs-me a pensar...

Bruno Fonseca disse...

boas meu caro!

em relação ao segmento automóvel, a verdade é que Portugal tem passado um pouco mal.

a VW está como está, a Caetano tem feito lay-offs, a única que está bem mesmo é a PSA, pelo menos por enquanto! porque as convulsões internas em França podem trazer repercussões para a fábrica de Mangualde, um pouco à semelhança do que aconteceu na CACIA em Aveiro.

apesar de tudo, repito, APESAR de tudo, a VW está a investir uns 100 milhões para poder receber uma nova plataforma, que pode garantir o futuro imediato da fábrica, bem como dos seus fornecedores.

uma boa expectativa prende-se com a Mitsubishi em Abrantes, que até ao final do ano pode vir a ser eleita para aumentar a sua capacidade produtiva. em causa está um investimento de 37 milhões de euros que pode reforçar a posição relativa da fábrica na Europa. a alternativa, a médio prazo, é mesmo fechar. espero que haja bastante esforço no sentido de manter a fábrica.

já relativamente ao segmento de acessórios, as coisas estão um pouco melhores. e aliás, falam-se de possiveis novos investimentos, especialmente em Viana do Castelo. isto surge porque Espanha está a conseguir manter e reforçar as suas fábricas, das quais os fornecedores portugueses muito beneficiam! a Nissan manteve-se em Barcelona, a Ford reforçou bastante em Valencia, a GM manteev Zaragoza, e a PSA em Vigo é fornecida, em grande medida, por fábricas portuguesas, e parece estar bem. portanto, neste segmento, as coisas apesar de mal, parecem um pouco mais calmas.

curioso, aquando da venda da EDP aos chineses, eles "prometeram" investir numa fábrica de torres eólicas e numa fábrica de automóveis em Portugal (supostamente com a Salvador Caetano), mas na prática, nada aconteceu. acho que alguém deveria falar sobre isto, e pedir explicações. especialmente a fábrica de automóveis, teria um impacto brutal! não só na produção, mas também a montante