segunda-feira, agosto 27, 2012

Como fazer a revolução?

Em “Aumentar preços (parte II)” escrevi:
“Assim, as empresas portuguesas em vez de competirem ou preocuparem-se com as asiáticas, deviam era estar a colocar na mira competitiva o mercado que pertence actualmente a empresas europeias, um mercado que paga mais, que aceita preços mais elevados desde que estejam associados a um maior valor acrescentado potencial. Tentar reduzir salários e subir na escala de valor acrescentado potencial é difícil que resulte.”
Quando as empresas asiáticas, dos países de mão de obra barata, “invadiram” o mercado mundial, foram ocupar, com vantagem, o espaço competitivo em que a maioria das empresas portuguesas operava, quer as que operavam no mercado interno, quer as que exportavam.
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Durante toda a primeira década do século XXI, assistimos ao contínuo encerramento de empresas portuguesas, incapazes de competirem pelo preço com as empresas asiáticas. Depois, algures por volta do ano 2008 comecei a perceber que um cada vez maior número de empresas portuguesas tinha conseguido fazer a mudança estrutural necessária.
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Agora, temos muitas empresas habituadas a operar no mercado interno, a terem de pensar em começar a olhar para o mercado externo, para compensar a queda abrupta, a terem de seguir o conselho que dei lá em cima, fugir da competição pelo preço mais baixo e assaltarem o mercado que as outras empresas europeias procuram servir.
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É neste âmbito que faz sentido reflectir sobre o texto de Ralph-Christian Ohr sobre os conceitos de inovação revolucionária e inovação evolutiva:
“Let’s define evolution as continuous and incremental innovations of a firm’s existing business. Whereas revolution can be described as radical and discontinuous leaps to completely novel offerings, opening up new business and growth trajectories.

Evolutionary innovation focuses on orientation TOWARDS today’s customers
Revolutionary innovation focuses on orientation OF tomorrow’s customers
Ou seja, as empresas portuguesas que tentam agora focar-se no mercado externo, para compensar a queda da procura no mercado interno, têm de fazer a mesma revolução que as outras fizeram durante a primeira década do século XXI, num ambiente muito mais exigente.
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Por isso é que é tão difícil a transição, não é mais do mesmo, é trabalhar de forma diferente, para clientes diferentes.
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Quem são os seus clientes de amanhã?
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O que é que eles procuram e valorizam?
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Onde estão as suas prateleiras?
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Quem os influencia?
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Onde procuram conselho?
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