segunda-feira, dezembro 07, 2009

O custo de arriscar

"O problema fundamental coloca-se, no entanto, a médio e longo prazo: já com a crise internacional fora do cenário, Portugal volta a confrontar-se com as suas fragilidades estruturais, como o sobreendividamento (que vai limitar o consumo privado), o peso excessivo de bens não exportáveis na economia (o sector dos serviços, na maioria não transaccionáveis, pesa 66% na riqueza criada) e a competitividade baixa de parte das suas exportações (que terão crescimento escasso). Resultado: sem as "reformas estruturais que promovem a competitividade" - e que "são a chave para um crescimento mais alto via exportações", aponta a OCDE - Portugal acumulará mais uma década de anemia económica. Os números ontem divulgados são preocupantes: o potencial de crescimento médio anual da economia portuguesa cai para 0,4% entre 2009 e 2011, para subir para uns magros 1% entre 2012 e 2017, o segundo nível mais baixo na OCDE." (Trecho retirado do artigo "OCDE Portugal sem capacidade para criar empregos até 2017" publicado no i)
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Julgo que as reformas estruturais deveriam ter como preocupação não a competitividade mas a criação de empresas produtoras de bens transaccionáveis. Criando as empresas, sem subsídios e apoios, estas terão de fazer pela vida e aprender a ser competitivas.
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Criar uma empresa é arriscar, é experimentar, é tentar... empresas sem risco só existem coladas ao Estado:
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"“96% of all business start-ups in the US fail within 10 years” (Trecho retirado do livro "Six Disciplines for Excellence" de Gary Harpst)
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Se o custo de contexto forem muito elevados... menos empreendedores vão tentar a sua sorte.

2 comentários:

Jose Silva disse...

Carlos,

Também há serviços transaccionáveis:

- Tratamento médico em Portugal (há falta de dentistas em Londres, p.e);
- Contabilidade processada em Portugal (procure por Tecmaia e Adidas no google);
- Exportação de software (leia a história da Siscog);
- O turismo;

É possível e desejável «exportar» serviços !!

CCz disse...

Meu caro,

Tem razão, ainda na passada semana ouvi a história da Creative Systems de São João da Madeira, todos dias tem gente a viajar para Angola, Dinamarca, Espanha e mais não sei quantos países.