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sábado, setembro 08, 2012

Crédito fácil e barato

Afazeres profissionais há muito tempo aprazados, levaram-me ontem a passar a tarde nas aldeias de Esculca, Mêdas e Chamorro no concelho de Arganil, onde, menos de 12 horas antes, tinha lavrado um incêndio que chegou a obrigar à evacuação de duas aldeias, uma delas Esculca.


15h, debaixo de um calor abrasador, uma equipa de 6 homens, abandonados por Deus e pelos homens, substituía cabos eléctricos, para voltar a alimentar de energia essas aldeias esquecidas.
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Subir a um poste, prender uma roldana, passar corda, puxar cabo, descer a encosta. Repetir tudo outra vez mais 3 ou 4 vezes até que a coisa se altera e passa a ser: subir a um poste, prender uma roldana, passar corda, puxar cabo e ... subir a encosta, repetindo mais umas 3 ou 4 vezes.
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Chegados à estrada e preso o cabo. Bateu-se a uma porta, bateu-se a outra, e a outra e a outra. Ninguém abria... até que um abriu um portão, subiu as escadas, e encontrou a salvação... uma torneira com água fresca. Entretanto, nessa altura, duas senhoras chegaram num carrito, eram as donas da casa que tinham dormido fora de casa com medo do fogo. A mais nova foi ver se arranjava copos para não estarmos a beber da torneira.
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Depois, voltaram à faina. Esticar o cabo novo, cortar e enrolar o velho, amarrar o cabo aos postes, fazer as ligações, reparar fusíveis no posto de transformação e comunicar à EDP que a linha está pronta para passar energia, novamente.
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E o calor, o tempo todo, a não desarmar.
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Quando me despedi desta gente acenei um adeus ao Sr. Mota, encavalitado no alto de um poste.
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Foi dele que me lembrei, no final da comunicação de ontem do primeiro-ministro... plagiando algo que li no twitter, os senhores Mota deste país continuam a ser a Alemanha deste Estado incapaz de se restringir.
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Sugestão para a sua empresa: todas as empresas passam por momentos como o vivido pela empresa em que o Sr. Mota trabalha. Um cliente importante surge de repente com um pedido para ontem, é preciso mobilizar a empresa para dar resposta à urgência e furar o planeamento, é preciso exigir mais do que é normal.  Nessa altura, não esqueça, apareça, não digo que leve umas minis geladas, mas umas garrafas de água gelada servem, ou nem leve nada, mas apareça, para dizer uma palavra... ou para não dizer nada, simplesmente para dar o sinal que está lá, ou para, nesse momento, assumir o papel de "aguadeiro" da equipa. O custo é mínimo, mas o crédito com que fica é máximo. E lembre-se, ninguém o obriga a ir, nem os senhores Mota estão à espera que vá, mas é precisamente por isso que ganha crédito.