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quarta-feira, outubro 05, 2016

Como se gera um Trump

Ontem à noite, quando finalmente liguei a televisão, sorri.
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A televisão abriu no canal RTP3 e três personagens conversavam sobre o momento político:

  • Ana Lourenço;
  • António José Teixeira; e
  • André Macedo.
Três apoiantes do partido do governo conversavam sobre o momento político... e contraditório?
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Este blogue há muito tempo que faz o serviço público de informar que devemos ter dupla precaução com o que André Macedo diz, porque André Macedo tem um cadastro de falhanços em toda a linha. Por exemplo, recordar Fevereiro de 2008 "Cuidado com as generalizações, não há "sunset industries""
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A certa altura, António José Teixeira para branquear a evolução do PIB da economia portuguesa diz que a evolução do PIB nos países europeus vai muito baixa e até a Alemanha tem tido uma evolução de desapontar.




Pára aí!!! ISTO É MENTIRA!!!
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Logo saquei do ipad e pesquisei:
Então, a minha mente voou para um texto que tinha lido na viagem de comboio de segunda-feira, o início do capítulo I de "Invisible Influence: The Hidden Forces that Shape Behavior" intitulado "Monkey See, Monkey Do" onde o autor descreve a experiência de Solomon Asch.
Se eu lhe perguntar:
- Qual das linhas, A ou B ou C da figura da direita, tem uma altura semelhante à da figura da esquerda?
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Aposto que não tem qualquer dúvida em responder:
- A linha C.
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Agora imagine que lhe mostro esta figura todos os dias e, todos os dias pergunto a 5 ou 6 Antónios Josés Teixeiras qual a linha correcta e eles respondem que é a linha A. Aposto que ao fim de um ou dois meses começa a duvidar da sua capacidade visual e a conformar-se com a opinião das sumidades. Afinal, eu não passo de um anónimo mas aqueles senhores e senhoras que botam faladura na TV são sumidades, são experts, são inteligentes, são ... se eles dizem que é a linha A é porque estou a ver mal e é mesmo a linha A.
"Apparently, people conform for two main reasons: because they want to fit in with the group (normative influence) and because they believe the group is better informed than they are (informational influence)."
Acredito que é isto, também, que gera candidatos como Trump. Anos e anos de gurus na televisão a enganarem as pessoas, levam-nos a, depois de baterem com a cabeça na parede tantas vezes, escolher o contrário do que esses gurus endeusam.



quinta-feira, setembro 12, 2013

Agora imaginem...

Primeiro li "Management practices: Just because everyone else is doing it doesn’t make it right" de onde saliento:
"You have looked at the idea that poor management practices can last a surprisingly long time. Why do you think that is?
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We assume that harmful management practices will make firms less competitive and because they are less competitive they will gradually disappear and those practices will disappear with them.
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But unfortunately I have noticed that is not necessarily the case
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The point is that they kept doing this practice because everyone, indeed, was doing it and the assumption had grown that it is the way it had to be. If nobody challenges that assumption we won’t find out that it’s the wrong practice and it can actually persist, like in this case, for centuries and I am convinced potentially even longer."
Depois, durante o meu jogging, ouvi, no livro "Quiet" de Susan Cain:
"Between 1951 and 1956, ..., a psychologist named Solomon Asch conducted a series of now-famous experiments on the dangers of group influence. Asch gathered student volunteers into groups and had them take a vision test. He showed them a picture of three lines of varying lengths and asked questions about how the lines compared with one another: which was longer, which one matched the length of a fourth line, and so on. His questions were so simple that 95 percent of students answered every question correctly.
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But when Asch planted actors in the groups, and the actors confidently volunteered the same incorrect answer, the number of students who gave all correct answers plunged to 25 percent. That is, a staggering 75 percent of the participants went along with the group’s wrong answer to at least one question. The Asch experiments demonstrated the power of conformity
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Peer pressure, in other words, is not only unpleasant, but can actually change your view of a problem. These early findings suggest that groups are like mind-altering substances. If the group thinks the answer is A, you’re much more likely to believe that A is correct, too. It’s not that you’re saying consciously, “Hmm, I’m not sure, but they all think the answer’s A, so I’ll go with that.” Nor are you saying, “I want them to like me, so I’ll just pretend that the answer’s A.” No, you are doing something much more unexpected—and dangerous. Most of Berns’s volunteers reported having gone along with the group because “they thought that they had arrived serendipitously at the same correct answer.” They were utterly blind, in other words, to how much their peers had influenced them."
Já aqui escrevemos sobre as experiências de Asch.
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Agora, imaginem o poder de influência da tríade quando promove a mensagem do mainstream de que só se pode competir pelo custo...