Hoje no FT apareceu este artigo "Americans pour record sums into private credit funds" que me fez pensar nas previsões de Peter Zeihan sobre os boomers retirarem as suas poupanças do mercado de acções.
Os investidores particulares mais ricos estão a canalizar montantes recorde para fundos de crédito privado, compensando a quebra da procura por parte das grandes instituições financeiras. Nos Estados Unidos, só no primeiro semestre de 2025, os particulares aplicaram 84 mil milhões de dólares, ultrapassando já o valor total de 2023. Este movimento é impulsionado pela procura de retornos superiores aos que se encontram nos mercados públicos, pela criação de veículos de investimento mais acessíveis a indivíduos e pelo esforço dos gestores de patrimónios em oferecer alternativas atractivas. Na Europa, a tendência é semelhante, com novos fundos a captar poupanças privadas de forma crescente. Assim, enquanto as instituições reduzem a sua exposição, os particulares estão a tornar-se a principal fonte de crescimento do crédito privado.
Zeihan tem sustentado que a reforma da geração "baby boomer" provocará uma saída progressiva de capitais dos mercados bolsistas, uma vez que os reformados deixarão de acumular ações e procurarão rendimentos estáveis para financiar a reforma.
O que o FT mostra é uma manifestação concreta dessa previsão: os investidores mais velhos não estão a reforçar posições em acções, mas sim a transferir poupanças para instrumentos de crédito privado, que prometem rendimentos mais previsíveis.
Fica a questão como é que o envelhecimento demográfico reconfigurará os fluxos de capital e mudará a paisagem financeira global?
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