segunda-feira, setembro 22, 2025
Curiosidade do dia
No fim de semana, centenas de pessoas saíram à rua em 15 localidades do país para dizer basta à monocultura do eucalipto e aos incêndios que ela alimenta. Não foram multidões de estádios, foram cidadãos conscientes, da Lousã ao Porto, que exigiram respeito pela floresta, pelos animais e pelas comunidades que vivem com medo das chamas. Uma afirmação cívica necessária, num país que continua a varrer para debaixo do tapete os custos ambientais e sociais de um modelo florestal insustentável.
O eucalipto é rentável porque os seus impactes — erosão, perda de biodiversidade, risco acrescido de incêndios, desertificação — são pagos por todos nós. São externalidades negativas que ficam fora da conta de exploração das celuloses e dos grandes promotores da monocultura. Em economia, este é o exemplo clássico de falha de mercado: quando quem lucra não paga o preço total do que causa, transfere para a sociedade os seus custos.
É aqui que devia estar a proposta política: internalizar as externalidades. Quer plantar eucalipto? Então que pague um imposto proporcional ao risco de incêndio, à pressão sobre os recursos hídricos, à perda de solos férteis. Que esse valor alimente um fundo de prevenção e compensação, para financiar a reflorestação com espécies autóctones, a gestão activa da paisagem e o apoio às comunidades locais.
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