A gente lê "Ministro da Economia quer Europa como "oásis antiburocracia" para ganhar competitividade" e não acredita na "lata":
"Pedro Reis pede que UE corte na regulação para 'dar oxigénio' às empresas
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'Fazer da Europa um oásis anti-burocracia e deixar as empresas respirar' foi o apelo feito esta quarta-feira pelo ministro da Economia, Pedro Reis, na XVIII Cimeira da COTEC Europa.
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'Para ganhar escala são precisos instrumentos jurídicos comuns. Se Bruxelas retirar burocracia, as empresas agradecem' ', defendeu Pedro Reis.
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'Enquanto perdemos tempo a discutir, os nossos concorrentes internacionais vão crescendo e acelerando... É bom que a Europa recupere algum espaço', apelou."
É sempre enternecedor ver um ministro português — um país onde um simples alvará pode levar mais tempo do que uma vinha a dar uvas — erguer-se em bicos de pés para pregar a Bruxelas a cartilha do anti-burocratês.
A ironia? Cá dentro, o mesmo Estado continua a exigir certidões em triplicado, selos em duplicado e assinaturas presenciais "reconhecidas por semelhança" — porque a assinatura digital, essa, ainda é tratada como feitiçaria. Enquanto se sonha com um deserto europeu livre de carimbos, persiste-se num oásis nacional de papelada, onde as PME se afogam em formulários e portais que nunca funcionam à primeira (nem à segunda).
Talvez valha a pena arrumar primeiro a casa — ou pelo menos desentupir o portal — antes de evangelizar o continente. Afinal, como é que se pode ensinar alguém a nadar quando mal se sabe boiar na própria piscina de requisições, licenças e guichés?
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