sexta-feira, novembro 29, 2024

Curiosidade do dia


Ontem na última página do JdN podia ler-se ""Chairman" da Sonae deixa apelo: "compre menos"":
""O nosso apelo é: temos de deixar de o transformar [omundo] em poluentes e resíduos, mas sim transformá-lo em coisas úteis. Vamos usar menos". apelou. "Sim, eu sei que somos uma retalhista. E, sim, percebo que estou a dizer 'compre menos'" , afirmou Paulo Azevedo, perante a estupefação da plateia. Com esta nuance: "Queremos vencer num mundo sustentável. Não queremos vencer num mundo insustentável. Compre menos... de preferência, compre ainda menos dos nossos concorrentes", rematou, com alguma graça, o "chairman" da Sonae."

O apelo de Paulo Azevedo para "comprar menos" soa como uma ideia contraintuitiva vinda de um chairman de uma grande empresa de retalho, especialmente de uma que não é exactamente famosa por praticar uma abordagem de longo prazo na sua estratégia, nunca esqueço o caso da Berg. 

Se compararmos essa postura com o grupo Inditex, percebemos um abismo estratégico. A Inditex aposta fortemente em eficiência operacional e inovação nos modelos de negócios, especialmente ao integrar sustentabilidade no próprio core business, em vez de fazer um apelo que pode soar simplista e contraditório para o consumidor. Afinal, como é possível apelar ao consumo consciente e sustentável, enquanto a própria natureza do negócio incentiva a compra e reposição constante? 

Sem uma visão clara de longo prazo, restam apenas mensagens de curto prazo.

Sem comentários: