segunda-feira, novembro 18, 2024

Curiosidade do dia

Há dias recebi um e-mail com esta mensagem que subscrevo:

"Como é que se consegue que um curso destes seja financiado pelo PRR?

Há coisas que não dá para entender..."

Acompanhada deste conteúdo:

"Car@ Alumnus / Alumna U.Porto

A pedido do Núcleo de Educação Contínua da Faculdade de Ciências da U.Porto, divulgamos a formação Vinhos de Categorias Especiais de Portugal e do Mundo, que poderá ser de interesse para a comunidade alumni da U.Porto.

Com esta formação vai poder conhecer e diferenciar uma diversidade de vinhos produzidos em diferentes regiões Portuguesas e do Mundo!

Vamos compreender as diferenças e semelhanças entre os vinhos do Porto, Xerez, Madeira, Champagne, Espumantes Portugueses, Proseco, Sauternes, Tokay, Portugal.

Viaje nesta aventura cultural e tecnológica.


Até dia 17 de dezembro encontram-se abertas candidaturas para a nova formação “Vinhos de Categorias Especiais de Portugal e do Mundo”.

Existem 20 bolsas de incentivo no valor total ao da propina do curso."

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi concebido para impulsionar a recuperação económica e a resiliência de Portugal através de investimentos estratégicos em áreas cruciais para o desenvolvimento do país. No entanto, a alocação de fundos para um curso sobre vinhos especiais parece-me desalinhada com esses objectivos primordiais.

O PRR visa principalmente apoiar iniciativas que aumentem a formação superior em áreas STEAM (Ciências, Tecnologias, Engenharias, Artes e Matemáticas) e a conversão e actualização de competências de adultos activos em sectores considerados estratégicos para a economia. Um curso sobre vinhos, embora possa ter algum valor cultural, dificilmente se enquadra nessas prioridades.

Esta situação levanta questões sobre a eficácia na alocação dos recursos do PRR. Quando fundos destinados a impulsionar a produtividade e competitividade do país são direccionados para formações que não parecem contribuir directamente para esses objectivos, é natural que surjam dúvidas sobre o impacte real desses investimentos no crescimento económico de longo prazo.

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