Eu daria outro título ao artigo, "Porque somos pobres."
"E, no mesmo dia, anuncia-se a desativação do aeroporto da Portela. Um aeroporto capaz de satisfazer dezenas de milhões de passageiros por ano. Isto é economicamente irracional. A grande vantagem económica de Alcochete era, precisamente, a sua flexibilidade. Poder-se-ia construir uma pista, primeiro, e manter os dois aeroportos em funcionamento. E, no futuro, que ninguém sabe como vai ser, se fosse necessário avançar-se-ia para uma segunda pista por a procura o justificar; transformando-se num mega-aeroporto e desativando o da Portela. Usar o capital público que temos em vez de o desperdiçar. Mas não, está já anunciado que se farão as duas pistas e que se desativa o que existe e que é funcional.
De uma só vez, anuncia-se uma nova ponte sobre o Tejo, um TGV, um aeroporto desnecessariamente grande — com derrapagem nos custos de 3 mil milhões de euros — e a destruição de capital público no valor de milhares de milhões de euros. Por uma semana, fiquei com a sensação de que José Sócrates estava de volta."
Trechos retirados de "Um relógio parado nem sempre tem razão duas vezes por dia" no semanário Expresso do último Sábado.
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