Não podia estar mais de acordo com estas palavras do ministro do Ambiente escritas no Expresso de ontem ao abrigo do direito de resposta:
"Falou-se da plantação da pera-abacate no Algarve. A minha opinião, tão negativa sobre esta cultura, não mereceu dúvidas a quem, na TVI, destaca frases dos entrevistados. O destaque foi: “A pera-abacate, que existe desde 2007, é uma tontice.” Foi esta a frase no rodapé do ecrã. Na entrevista, atribuo a sua plantação a mecanismos perversos de financiamento da Política Agrícola Comum (PAC) e defendo que, revista esta política europeia, a agricultura seja adaptada ao território, mormente no que respeita aos consumos de água das culturas. Depois, afirmo que “se não houver água, ela não pode ser regada”, o que só reforça a ideia de que esta é uma cultura inadaptada. Por isso, sendo correta, a citação é evocada de má-fé.
Que fique claro: é inaceitável a promoção e financiamento de atividades económicas que não respeitem os limites dos sistemas naturais
...
A atividade agrícola não tem licenciamento ambiental. Isto não invalida a defesa intransigente da promoção de cadeias curtas de produção e de consumo que, naturalmente, combatem a monocultura."
Só é pena que o mesmo ministro apoie a monocultura do eucalipto.
Floresta. Programa de ordenamento florestal privilegia eucaliptos na Peneda Gerês https://t.co/U4LnpV34cV
— Carlos P da Cruz (@ccz1) May 6, 2019
BTW, por estes dias em que vejo imagens de inundações no Algarve tenho-me lembrado muitas vezes da pera-abacate. Vamos ver se este Verão se ouvem vozes a dizer que as barragens algarvias estão sem água.
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