terça-feira, março 31, 2020

E se isto demorar?



Dedicado a todos aqueles que acham que a única solução é manter os portugueses que actuam na economia privada fechados como cordeiros durante mais três meses.

Não pedi autorização ao autor, mas faço minhas as suas palavras neste texto publicado no Facebook:

"Do que precisamos para voltar ao "normal"?
2ª Sugestão: Aproveitar o Potencial das Pessoas, que é o maior desperdício da actualidade

Para voltarmos ao "normal", seja este o que formato que tiver, vamos ter que contar com todo o potencial humano que neste momento é desperdiçado.
Precisamos de desenvolver novas competências adaptadas aos novos tempos.

Qual o plano que nos é proposto?
1- Esperar em casa no, necessário, isolamento social.
2- Esperar pelo surgimento do, necessário, milagre tecnológico, sobre a forma de vacinas ou remédios, tarefa que cabe, à ciência e à classe dos cientistas.
3- Esperar que alguém resolva este assunto e o que nós, a comunidade, temos a fazer é ficar em casa, na certeza que temos alguém a tratar do assunto.

Neste modelo de participação os cidadãos são incentivados a esperar o desenrolar dos acontecimentos, como espectadores a assistir a um "jogo da pandemia".
A maioria de nós tem a esperança, e bem, que isto vai passar rápido.
E se isto demorar?
Neste caso, este modelo da participação baseado "em esperar por algo", que não apela ao envolvimento directo dos cidadãos nas soluções, só pode ser implementado numa lógica de vigilância policiada ou de cercos sanitários radicais.

Este modelo radical, no final originará danos irreparáveis para a nossa vida em sociedade e apenas funciona em "shutdowns" consecutivos como resposta a potencias epidemias.

Este modelo não é compatível com uma vida sustentável em sociedade a médio prazo.
Ou, mudamos para um modelo de participação activa dos cidadãos que aposte na "tecnologia humana" nutrida pelo potencial humano, que permita o desenvolvimento de uma vida sustentável em sociedade.

Precisamos de competências treinadas em comunidade orientadas para a resolução colaborativa e de auto-responsabilização esclarecida de problemas complexos que nos dizem directamente respeito.
As mesmas competências colaborativas serão as mesmas que iremos precisar para resolver outros desafios futuros, que irão surgir de seguida como prioritários, como seja a sempre adiada protecção ao meio ambiente.
Nunca como agora, foi tão necessária uma verdadeira participação de todos."




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