Há bocado, no Twitter encontrei esta
imagem:
E foi inevitável a saudade.
Numa destas noites acordei para ir à casa de banho e depois não consegui adormecer. Fiquei a lembrar os longos meses de Julho que passava na aldeia onde o meu pai nasceu lá para os lados de Coimbra.
Na estrada principal sem alcatrão, onde se faziam as fogueiras de São João, carros de bois como o da foto, carregados de mato, eram uma visão comum.
Julho era:
- calor à moda antiga, sem balelas de Protecção Civil;
- pesca de ruivacos no ribeiro com um anzol muito pequeno e miolo de pão como isco;
- pardais apanhados com costelos e fritos em vinha d'alhos;
- fruta da árvore para a boca;
- ir para a cama cedo, não havia televisão, e ouvir relatos de hóquei patins na rádio;
- comer pão com açúcar e azeite caseiro;
- o delicioso cheiro das batatas fritas em azeite e frigideira de ferro;
- comer amoras das silvas.
Depois, a minha avó paterna foi viver com o meu tio-padre e os meus avós-maternos, retornados de Angola, foram para lá viver. E tudo se repetia, acrescentando ajudar o meu avô a regar o feijão e, no fim, tirar a mangueira do motor e meter a cabeça debaixo do caudal de água do ribeiro e refrescar o corpo todo.
Era tão bom!
3 comentários:
Maravilhoso!...
Gostei das características do seu Julho, especialmente "sem as balelas da protecção civil". Um abraço
Abraços!
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